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http://hdl.handle.net/10362/101596
Título: | Géneros (e tipos) textuais |
Autor: | Ferreira, Paula Jorge, Noémia de Oliveira |
Palavras-chave: | escrita género de texto tipo de texto conhecimento (meta)linguístico |
Data: | 2019 |
Resumo: | Os géneros de texto têm tido uma importância crescente nos documentos curriculares que regem o ensino do Português. No entanto, são escassos os estudos que demonstram até que ponto os diferentes géneros de texto ensinados são efetivamente aprendidos por parte dos alunos do 1.º e do 2.º Ciclos do Ensino Básico. Com que formatos textuais os alunos destes ciclos de escolaridade estão mais aptos trabalhar – tipos ou géneros de textos? Os alunos possuem conhecimento (meta)linguístico sobre tipos e géneros ou produzem-nos “intuitivamente”? Com o objetivo refletir sobre tais questões, pretende-se, nesta comunicação, dar a conhecer as concetualizações que os estudantes do 1.º e do 2.º ciclos de Ensino Básico têm dos diferentes géneros de texto – modelos adotados pelos textos e adaptados de acordo com as circunstâncias em que são produzidos (Bronckart, 1997) – e tipos de texto (estruturas textuais fixas – nomeadamente narrativa, descritiva, dialogal, explicativa, argumentativa – Adam, 1992). Para o efeito constituiu-se um corpus com cerca de cem textos, produzidos por alunos (do 2.º ao 6.º ano), na primeira semana de aulas do ano letivo 2019-2020. As produções escritas foram solicitadas por um enunciado instrucional (cf. Anexo 1). Enquadrada concetual e metodologicamente pelo Interacionismo Sociodiscursivo (Bronckart, 1997; Broncart 2008) e tendo como foco a infraestrutura geral dos textos, a análise textual apresentou um cunho qualitativo e interpretativo. Duas foram as conclusões preliminares a que se chegou: I) grande parte dos alunos elegeu o texto narrativo como formato a produzir, estruturando-o satisfatoriamente em três partes (situação inicial, peripécias, desfecho), atitude que se deverá quer à preponderância que os “textos narrativos naturais” assumem “na interação da vida quotidiana e normal” (Aguiar e Silva, 1996, p. 598) e nas práticas de produção escrita em contexto escolar, quer ao destaque que é dado ao contacto com “textos narrativos literários” (ibidem) no seio da instituição familiar e escolar; II) alguns alunos privilegiaram a produção de géneros de texto, não revelando, no entanto, um desempenho tão satisfatório quanto os primeiros. Isto leva-nos a concluir, na esteira de Coutinho (2013, 2019) ou de Miranda (2015), que, se há géneros cuja apropriação se faz informalmente, outros há que exigem um estudo formal e sistematizado. Em suma, a análise do corpus revelou-nos que o género textual enquanto ferramenta de comunicação não é ainda suficientemente valorizado (ao contrário do tipo de texto), facto que se reflete nas lacunas estruturais relativamente a uma estrutura-modelo desejada. Daqui se conclui que há ainda um longo caminho a percorrer para que haja um efetivo domínio dos géneros de texto. |
Descrição: | UID/LIN/03213/2019 |
Peer review: | yes |
URI: | http://hdl.handle.net/10362/101596 |
Aparece nas colecções: | FCSH: CLUNL - Documentos de conferências nacionais |
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