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http://hdl.handle.net/10362/29285
Título: | O futuro e o condicional no texto jornalístico |
Autor: | Oliveira, Maria Teresa Fernandes de |
Palavras-chave: | género de texto texto jornalístico futuro condicional Tempos verbais SDG 16 - Peace, Justice and Strong Institutions |
Data: | 2015 |
Resumo: | As formas verbais de futuro (do indicativo) e de condicional são amplamente estudadas no domínio do texto jornalístico, especialmente no que diz respeito à marcação da enunciação mediatizada (cf. Guentchéva, ed. 1996). O condicional, em particular, é, na generalidade das línguas românicas, um marcador privilegiado de factos relatados, ou seja, da atribuição da informação a outra fonte enunciativa, o que permite a desresponsabilização do sujeito enunciador (no caso, o jornalista) em relação às afirmações produzidas. Uma das designações mais comuns para este uso do condicional é, exatamente, a de “condicional jornalístico”. No português europeu, as formas de futuro concorrem com as de condicional na marcação de factos relatados, através de um quadro distribucional claro, dependente de categorias gramaticais como o tempo, o aspeto e a modalidade. Este uso do futuro é, aparentemente, único entre as línguas românicas (cf. Squartini, 2001), estando, inclusivamente, ausente do português brasileiro. No entanto, a designação de “uso jornalístico” é redutora, por várias razões. Por um lado, as formas de futuro e de condicional são utilizadas no domínio jornalístico em todo o seu leque de valores, que vai do temporal ao modal, tanto epistémico como não epistémico, frequentemente hipotético. Por outro lado, no que diz respeito à enunciação mediatizada, as ditas formas podem ser usadas como marcadores de factos relatados, mas também de factos inferidos. Finalmente, a distribuição dos diferentes valores do futuro e do condicional no domínio jornalístico interage com a construção do género textual em causa (cf. Bronckart, 2008). O trabalho que se pretende apresentar vem dar continuidade ao nosso estudo da distribuição das formas de futuro e condicional em texto jornalístico real, pelo que se apoia na análise das formas em corpora de diferentes tipos. Uma coleção como o CETEMPúblico, por exemplo, permite aferir a frequência das formas, mas diz muito pouco sobre a sua distribuição em géneros concretos. A investigação conduzida anteriormente tinha já mostrado claramente uma relação muito próxima entre determinados valores das formas em causa e géneros específicos, como a notícia e o artigo de opinião. Assim, para este trabalho, foram constituídos dois corpora distintos: por um lado, uma coleção de artigos de opinião, recolhidos em diferentes publicações online recentes, num período de 15 dias; por outro lado, um conjunto de notícias variadas, igualmente da imprensa portuguesa online, recolhidas num único desses dias. A análise das ocorrências mostra a relação íntima entre os valores linguísticos construídos e a construção dos géneros textuais. Nomeadamente, torna evidente que a distinção entre opinião e notícia é insuficiente para dar conta da multiplicidade de interações dinâmicas entre formas e textos, e que o futuro e/ou o condicional não têm, por exemplo, os mesmos valores numa notícia desportiva ou numa de âmbito criminal. Pretende-se, assim, dar conta do modo como o futuro e o condicional contribuem para a construção dos géneros textuais, e como os géneros ajudam a definir os valores das ocorrências das formas. |
Descrição: | UID/LIN/03213/2013 |
Peer review: | yes |
URI: | http://hdl.handle.net/10362/29285 |
Aparece nas colecções: | FCSH: CLUNL - Documentos de conferências internacionais |
Ficheiros deste registo:
Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
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TOliveira_O_futuro_e_o_condicional_no_texto_jornal_stico.pdf | 211,28 kB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
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