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Título: Impacto da pneumonia associada à ventilação em Portugal : eficiência, efectividade
Autor: Reis, Marcio Joel de Sousa Teixeira
Data: 2014
Editora: Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa
Resumo: RESUMO - Contexto: O estudo da pneumonia associada à ventilação é relevante para as organizações de saúde devido ao seu impacto negativo ao nível clínico e económico. Por outro lado, não existe em Portugal um conhecimento profundo da dimensão real do problema, ao mesmo tempo que a tendência crescente de responsabilização pelos cuidados prestados obriga à criação de sistemas de avaliação de desempenho e benchmarking para as unidades de cuidados intensivos, onde se pode incluir a ocorrência da PAV como indicador. Objetivos: Este trabalho pretende estudar o impacto da PAV ao nível da efetividade (mortalidade e readmissões) e eficiência (duração de internamento e custos) e contribuir para a melhoria da informação disponível sobre a PAV em Portugal. Metodologia: Estudo retrospetivo de coorte emparelhada entre episódios com e sem PAV. A população em estudo tinha mais de 18 anos e esteve sujeita a ventilação mecânica por mais de 96 horas (96.72 ICD-9-CM) entre 2010 e 2013. Os doentes com PAV foram identificados com o código 997.31 da ICD-9-CM específico para a PAV. A informação utilizada foi extraída da base de dados dos resumos de alta e foram realizadas 3 abordagens: (1) caracterização do total de doentes com PAV (2) cálculo da frequência da PAV por ano, diagnóstico principal e GDH; (3) comparação dos doentes emparelhados com e sem PAV, com características demográficas e clínicas semelhantes. As medidas de resultado utilizadas foram a mortalidade, as readmissões, a duração de internamento e os custos estimados de tratamento. Resultados: Dos 18953 doentes estudados, 653 (3,4%) tinham PAV. Dos doentes com PAV, cerca de 70% eram do sexo masculino, 56,8% tinham mais de 60 anos, 85,8% foram admitidos de forma urgente e 64% receberam um tratamento cirúrgico. Nos doentes emparelhados, os doentes com PAV tiveram uma taxa de mortalidade mais elevada (48,5% vs 37,7%, p =0,007), uma possibilidade em morrer 1,6 vezes superior que os doentes sem PAV (odds ratio) e uma duração média de internamento superior (46,1 vs 30,1, p =0,000). O custo total estimado acrescido no tratamento dos doentes com PAV foi de 7 973 488 €, resultando numa diferença média por episódio de 27 306 € (76 236 € vs 48 930 €, p =0,000). Relativamente às readmissões não se observaram diferenças significativas (4,5% vs 3,2%, p =0,525). Conclusão: Estes resultados confirmam o impacto negativo da PAV ao nível da mortalidade e do consumo de recursos. Contudo, estes resultados são influenciados pelo baixo valor da frequência da PAV registado, pelo que existe um risco de subestimação da mesma. Deste modo, tendo em conta o modelo de financiamento e a necessidade de avaliação de desempenho, as organizações de saúde devem intervir em áreas com elevado potencial de prevenção como a PAV, através de acções custo-efectivas que permitam um conhecimento detalhado do problema e uma gestão de recursos mais eficiente, gerando poupanças económicas, ao mesmo tempo que prestam melhores cuidados de saúde e mais seguros.
Descrição: Trabalho Final do Curso de Especialização em Administração Hospitalar
URI: http://hdl.handle.net/10362/19120
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