Burden of disease as a tool for policymaking in Europe : baseline assessment and applications

Abstract

ABSTRACT - Introduction: In the past decades, Europe has achieved substantial progress in the prevention and treatment of chronic diseases, however, it is evident that the impact is still considerable. Efforts have been made on the European Union (EU) level to improve legislation. Despite this, only recently with the COVID-19 pandemic, public health policies have gained some focus on a European level. Objectives: This study aimed at understanding the impact of burden of disease (BoD) studies in defining European public policy. This was achieved by assessing the current use of burden of disease metrics in the European policymaking, and by illustrating the usefulness of burden of disease metrics in EU public policies. Methodology: A systematic research was conducted on BoD studies that address potential impacts on EU legislation, with a concomitant policy analysis performed on the existing legislation. This was followed by two burden of disease studies assessing specific inequalities in European countries: one in occupational health, and another on socioeconomic and geographical inequalities. Data were collected via analysis of institutional data, in Eurostat and BoD studies, as well as EUR-LEX. Medline, Embase, Web of Science, Scopus, Cochrane and Science Direct were searched for the systematic review. Variables related to population, deaths, educational attainment, household income, and poverty risk were collected. An economic analysis was conducted for the occupational health case, whereas a Negative Binomial Regression analysis was carried out for the second study. Results: The number of BoD studies that considered EU legislation has increased over time, as well as the number of EU legislation which considers BoD metrics, even though these only include 10 legally binding documents over the past 20 years. These mainly cover environment, agriculture, and health and food safety. The BoD studies conducted show the relevance of the metric throughout the policy cycle, from policy formulation to evaluation, and in the different fields studied, including risk factors and socioeconomic inequalities. Conclusions: The burden of disease methodology has increased substantially and has been used more consistently across time. Specific burden of disease studies allow providing an overall picture of the health and economic burden, showcasing different research contributions to the policy process in different fields. However, there is a need for academia to improve evidence translation for policymaking. Increasing recommendations towards policymaking in research will allow decision makers to adopt evidence-informed policies.

RESUMO - Introdução: Nas últimas décadas, a Europa alcançou um progresso substancial na prevenção e tratamento de doenças crónicas. Contudo, é evidente que o seu impacto ainda é considerável. Vários esforços têm sido feitos a nível da União Europeia (UE) de forma a melhorar a legislação em saúde. Apesar disso, as políticas de saúde pública ganharam um novo foco com a pandemia por COVID-19. Objetivos: Este estudo tem como objetivo compreender o impacto dos estudos de carga de doença (BoD) na definição de políticas públicas europeias. Isto foi alcançado através da avaliação da utilização atual das métricas de BoD na elaboração de políticas europeias e da ilustração da utilidade das métricas para políticas públicas da UE. Metodologia: Foi realizada uma investigação sistemática de estudos de carga de doença que endereçam impactos potenciais na legislação europeia, com análise concomitante de políticas públicas. Foram também desenvolvidos dois estudos de carga de doença dirigidos a avaliar iniquidades específicas na Europa, nas áreas da saúde ocupacional e desigualdades socioeconómicas e geográficas, de forma a exemplificar a aplicabilidade da carga de doença no processo de construção de políticas. Os dados foram colhidos através de dados institucionais, nomeadamente Eurostat, estudos de carga de doença e EUR-LEX, assim como seis bases de dados diferentes para a condução de uma revisão sistemática. Foi efetuada a análise de variáveis relacionadas com a população, número de mortes, nível educacional, rendimento do agregado familiar, e risco de pobreza. Seguiu-se uma análise económica no caso da saúde ocupacional, e a aplicação de um modelo de regressão binomial negativa no segundo estudo. Resultados: O número de estudos do BoD que consideraram a legislação da União Europeia aumentou ao longo do tempo, bem como o número de legislação europeia que considera as métricas do BoD, embora estes incluam apenas 10 documentos legalmente vinculativos nos últimos 20 anos. Estas abrangem principalmente o ambiente, a agricultura, a saúde e a segurança alimentar. Os estudos do BoD realizados mostram a relevância da métrica ao longo do ciclo de políticas públicas, desde a formulação da política até à avaliação, e nos diferentes domínios estudados, incluindo fatores de risco e desigualdades socioeconómicas. Conclusão: A metodologia de carga de doença aumentou substancialmente e tem sido utilizada mais consistentemente ao longo do tempo. Estudos de carga de doença específicos providenciam um panorama geral da saúde e do respetivo impacto económico, ilustrando a contribuição de diferentes estudos para o processo de criação de políticas públicas intersectoriais. Contudo, é necessário que a academia invista na melhoria da translação de conhecimento para prática. As implicações para a criação de políticas públicas devem ser tidas em consideração e facilita uma tomada de decisão e legislação baseada na evidência.