Laparoscopia assistida por robot na prostatectomia radical : desempenho hospitalar e qualidade de vida dos doentes

Abstract

RESUMO - Introdução: A incidência e a mortalidade associada ao cancro, têm vindo a aumentar em todo o mundo. No nosso país o carcinoma da próstata surge na primeira posição no que diz respeito à incidência das doenças oncológicas sendo o segundo que respeita à mortalidade na população adulta masculina. A cirurgia com remoção de toda a próstata e ambas as vesículas seminais (Prostatectomia Radical), é a estratégia de tratamento mais frequente. A utilização da prostatectomia laparoscópica assistida por robot, enquanto abordagem cirúrgica, tem conhecido um grande incremento nos últimos anos, pelo que importa estudar o impacto da sua utilização, quer na qualidade de vida dos doentes, quer no desempenho hospitalar. Metodologia: Estudo retrospetivo, observacional, transversal e quantitativo. Centra a sua atenção nos doentes do CRI de Urologia do CHULC com diagnóstico de carcinoma da próstata localizado, submetidos ao tratamento por prostatectomia radical nos anos de 2019 e 2021. Utiliza os registos clínicos dos doentes, e entrevistas telefónicas aos doentes para aplicar instrumentos de avaliação da função urinária e erétil. Realiza um estudo comparativo entre dois grupos de doentes: prostatectomia radical por via aberta (ORP) (N=30) ou assistida por robot (RALP) (N=30). Efetua uma análise descritiva de médias, medianas, desvio padrão, valores mínimos e máximos, frequências e percentagens, com análise estatística comparativa para as diferenças entre grupos. Resultados: A função urinária surge como a que se apresenta mais preservada, em ambos os grupos, embora o grupo RALP apresente melhores resultados. A função erétil é aquela que se apresenta mais comprometida em ambos os grupos. Verifica-se que os tempos de internamento são menores no grupo RALP. Os tempos de cirurgia apresentam diferenças, entre grupos, estatisticamente significativas, sendo que o grupo ORP tem tempos inferiores em todas as variáveis. Conclusões: Na comparação entre abordagens cirúrgicas, não foi possível encontrar diferenças estatisticamente significativas na dimensão qualidade de vida (função erétil e a urinária). Foi possível encontrar diferenças estatisticamente significativas para os tempos de cirurgia e internamento pré e pós-operatório, sendo a RALP a abordagem que ocupa maior tempo de cirurgia, mas menor tempo de internamento.

ABSTRACT - Introduction: Worldwide, the incidence and mortality associated with cancer have been increasing. In Portugal, prostate cancer comes first in terms of the incidence of oncological diseases and is second in terms of mortality in men. Surgery to remove the entire prostate and both seminal vesicles (Radical Prostatectomy) is the most common treatment strategy. The use of robot-assisted laparoscopic prostatectomy as a surgical approach has seen a large increase in recent years, so it is important to study the impact of its use, both on the quality of life of patients and on hospital performance Methodology: Retrospective, observational, cross-sectional, and quantitative study. It focuses its attention on patients from the CHULC Urology CRI, diagnosed with localized prostate cancer, who underwent treatment by radical prostatectomy in the years 2019 and 2021. assessment of urinary and erectile function. A comparative study was carried out between two groups of patients: open radical prostatectomy (ORP)(N=30) or robot assisted (RALP) (N=30). A descriptive analysis of means, medians, standard deviation, minimum and maximum values, frequencies, and percentages was performed, with comparative statistical analysis for differences between groups. Results: Urinary function appears to be the most preserved in both groups, although the RALP group presents better results. Erectile function is the one that is most compromised in both groups. It is verified that the hospitalization times are shorter in the RALP group. Surgery times show statistically significant differences between groups, with the ORP group having shorter times in all variables. Conclusion: When comparing surgical approaches, it was not possible to find statistically significant differences in the quality-of-life dimension (erectile and urinary function). It was possible to find statistically significant differences for pre and postoperative surgery and hospitalization times, with RALP being the approach that takes longer surgery time, but less hospitalization time.