Revisão Sistemática: A associação entre a utilização de plataformas de social media (redes sociais) e a hesitação vacinal em adultos no contexto da COVID-19

Abstract

RESUMO - Introdução: As mídias sociais desempenham um papel importante como fonte de informação em sobre diversos tópicos, incluindo a saúde . Durante a pandemia da COVID-19 muitos usuários destes meios de comunicação usaram as redes sociais como fonte de informações a respeito da vacina. Este fenómeno pode ter disseminado desinformação que reforço a hesitação e, vacinar . para melhor compreender associação entre as mídias sociais e a hesitação vacinal no contexto da pandemia Covid-19 foi elaborado uma revisão sistemática. Objetivo: Investigar a associação entre a utilização de social media e hesitação vacinal, considerando o perfil sociodemográfico da população, a prevalência dessa hesitação e o impacto das mídias sociais na tomada de decisão em relação à vacinação. Métodos: O estudo foi realizado através de uma revisão sistemática da literatura, com busca de artigos em inglês e português nas bases de dados BVS, Lilacs, SciELO, PubMed/Medline, EMBASE e Cochrane. Foram incluídos estudos publicados nos últimos 5 anos que investigam a associação entre mídias sociais e hesitação vacinal em adultos no contexto da COVID-19. Foram considerados pesquisas quantitativas, observacionais e de coorte transversal que abordem aspectos sociodemográficos e prevalência da hesitação vacinal, além de artigos que identificam as mídias sociais como fonte de informação sobre a vacina. Foram excluídos estudos qualitativos que não explorem aspectos sociodemográficos e a prevalência da hesitação vacinal, artigos duplicados, revisões sistemáticas e integrativas, estudos quantitativos indisponíveis na íntegra em formato digital, e pesquisas que não abordam a associação entre mídias sociais e hesitação vacinal ou com amostras de população não adulta. Resultados: Foram identificados 6 estudos através dos métodos referidos. Foram encontradas semelhanças entre resultados sobre associação das mídias sociais e de seus usuários a hesitação vacinal no contexto da COVID-19, tendo em consideração as variáveis de perfil sociodemográfico determinada pelos autores sendo estas variáveis: sexo, a raça/etnia e a idade e ideologia política. Os resultados demonstram que a hesitação é maior em indivíduos do gênero feminino, com grau de escolaridade de médio a alto, na faixa etária entre 18-39 anos e de ideologia política liberal. A respeito de raça/etnia a hesitação foi maior em populações negras/afro-americanas. Em todos os estudosfoi identifiada uma associação positiva entre utilização de mídias sociais e hesitação vacinal, uma vez que pessoas expostas as redes sociais utilizam as plataformas como principal rede de informação. Conclusão: A disseminação das informações através do uso das mídias sociais tornou-se um dos maiores desafios de saúde publica no mundo. Os estudos demostram que o aumento da taxa de hesitação foi transversal em diferentes grupos em termos sociais, políticos e económicos, o impacto negativo causado pelas mídias sociais afetou a cobertura vacinal da COVID-19.

ABSTRACT - Introduction: Vaccine hesitancy, despite not being something new to be combatted by public health policies, has become even more alarming when we consider it associated with social media. With the advancement of technology, social media ended up playing an important role as a source of information. In different contexts, health being one of them, however during the COVID-19 pandemic users of these media used social networks as a source of information about the vaccine, however this led to mass misinformation that culminated in anti-vaccine movements, to better understand the association between social media and vaccine hesitancy in the context of the Covid-19 pandemic, this work was developed. Objective: Investigate the factors associated with vaccine hesitancy amplified by social media, considering the sociodemographic profile of the population, the prevalence of this hesitancy and the impact of social media on decision-making regarding vaccination. Methods: The study was conducted through a systematic literature review, with searches for articles in English and Portuguese in the databases BVS, Lilacs, SciELO, PubMed/Medline, EMBASE, and Cochrane. Studies published in the last 5 years that investigate the association between social media and vaccine hesitancy in adults in the context of COVID-19 were included. Quantitative, observational, and cross-sectional cohort studies that address sociodemographic aspects and the prevalence of vaccine hesitancy, as well as articles that identify social media as a source of information about the vaccine, were considered. Qualitative studies that do not explore sociodemographic aspects and the prevalence of vaccine hesitancy, duplicate articles, systematic and integrative reviews, quantitative studies unavailable in full-text digital format, and research that does not address the association between social media and vaccine hesitancy or that have non-adult population samples were excluded. Results: In the 6 studies used to promote this systematic review, similarities were found between results on the association of social media and its users with vaccine hesitancy in the context of COVID-19, considering the sociodemographic profile variables determined by the authors, these variables being: gender, race/ethnicity and age and political ideology. The results demonstrate that hesitation is greater in female individuals, with a medium to high level of education, aged between 18-39 years and with a liberal political ideology. Regarding race/ethnicity, hesitation was greater in black/African- American populations. It is unanimous among the authors that there is a direct negative relationship between social media and vaccine hesitancy, since people exposed to social media use the platforms as their main information network. Conclusion: The dissemination of information using social media has become one of the biggest public health challenges in the world. The studies show that the increase in the hesitation rate was transversal across different variables, whether social, political and economic, the negative impact caused by social media affected COVID-19 vaccination coverage.