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Título: Determinantes associados aos clusters de transmissão de VIH-1 em imigrantes diagnosticados em Portugal entre 2014 e 2019
Autor: VIDEIRA, Adriana Paradinha
Orientador: PINGARILHO, Marta
PIMENTEL, Victor
Palavras-chave: Saúde pública
VIH
Sida
Clusters de transmissão molecular
Imigrantes
Portugal
Data de Defesa: Out-2024
Resumo: Introdução: O VIH continua a ser uma preocupação importante de saúde pública a nível global. Em Portugal, a infeção pelo VIH tem um impacto relevante, com um total de 804 novos casos diagnosticados em 2022. Os imigrantes representam uma parcela significativa das infeções, correspondendo a 45% dos novos casos notificados. Objetivo: Descrever os determinantes associados aos clusters de transmissão molecular (CTMs) do VIH-1 entre imigrantes diagnosticados em Portugal entre 2014 e 2019. Métodos: Entre 2014 e 2019, foram recolhidas 206 sequências parciais do gene pol do VIH-1 dos subtipos A, B, C, F1, G e Formas Recombinantes Circulantes CRF02_AG e CRF14_BG. A construção de árvores filogenéticas de máxima verossimilhança (ML) foi realizada utilizando o software FastTree. A identificação de clusters foi efetuada com base na distância genética <0.45 e suporte de ramos SH-aLRT >90 no ClusterPicker. Análises de regressão logística foram aplicadas para investigar a associação entre dados sociodemográficos, clínicos e comportamentais com a formação de clusters em indivíduos imigrantes VIH-1 positivos incluídos no estudo. Resultados: 66.8% dos imigrantes incluídos no estudo eram do sexo masculino, com uma mediana de idade ao diagnóstico de 36.0 anos (IQR:29-45). A maioria dos imigrantes era proveniente de países africanos (50.6%), incluindo a Guiné (18.5%), Angola (15.5%) e Cabo Verde (10.2%), seguidos do Brasil (39.6%). Sessenta e oito (33%) dos imigrantes encontravam-se nos CTMs. Através da análise univariada, destacaram-se alguns fatores associados à presença em clusters com significância estatística. Destacam-se a região de origem, com indivíduos da América do Sul com maior probabilidade de estarem em clusters (OR=5.24, IC95%: 2.67-10.29, p<0.001), em comparação com indivíduos de origem africana; a via de transmissão, com homens que fazem sexo com homens (MSM) com maior probabilidade de estarem em clusters (OR=4.37, IC95%: 2.34-8.17, p<0.001), em comparação com a via de transmissão heterossexual e o subtipo, sendo que os indivíduos infetados com o subtipo B tiveram também maior probabilidade de estar em cluster (OR=1.85, IC95%: 1.02-3.37, p=0.044) do que os indivíduos infetados com subtipos não-B. Conclusão: Os CTMs de VIH-1 de imigrantes em Portugal mostraram estar associados a determinantes específicos, como a região de origem, a via de transmissão e o subtipo, entre outros. Deste modo, são necessárias estratégias de saúde de prevenção direcionadas para mitigar a transmissão do VIH nesta população.
Abstract Background: HIV remains a significant global public health concern. Portugal has an important HIV burden with a total of 804 diagnosed cases in 2022. Migrants remain a significant source of HIV infections, with 45% of newly reported cases. Therefore, we aimed to evaluate the characteristics of HIV-1 molecular transmission clusters (MTCs) among migrants followed up in Portugal, diagnosed between 2014 and 2019. Methods: Between 2014 and 2019, 206 partial sequences of the HIV-1 pol gene from subtypes A, B, C, F1, G and Circulating Recombinant Forms CRF02_AG and CRF14_BG were collected. Phylogenetic trees of maximum likelihood (ML) were constructed using the FastTree software. Cluster identification was based on a genetic distance of <0.45 and SH-aLRT branch support >90 in ClusterPicker. Logistic regression analyses were performed to investigate the association between sociodemographic, clinical, and behavioral data with cluster formation in HIV-1 migrants included in the study. Results: 66.8% of the migrants included in the study were males with a median age at diagnosis of 36.0 years old (IQR:29-45). Most migrants were from African countries (50.6%), including Guinea (18.5%), Angola (15.5%) and Cape-Verde (10.2%), followed by Brazil (39.6%). Sixty-eight (33%) of the migrants were included in the transmission clusters. Through univariate analysis, being in cluster was significantly associated with region of origin, with individuals from South America more likely to be in cluster (OR=5.24, 95%CI:2.67-10.29, p<0.001), compared to individuals of African origin; with transmission route, with men who have sex with men (MSM) more likely to be in clusters (OR=4.37, 95%CI:2.34-8.17, p<0.001), compared to the heterosexual transmission route and with subtype, with subtypes B also more likely to be in cluster (OR=1.85, 95%CI:1.02-3.37, p=0.044) than individuals infected with subtype non-B. Conclusion: Migrants HIV transmission clusters in Portugal are associated with specific health determinants, such as region of origin, transmission route and subtype. Targeted prevention health strategies are needed to mitigate transmission of HIV within this population.
URI: http://hdl.handle.net/10362/181911
Designação: Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Saúde Pública e Desenvolvimento
Aparece nas colecções:IHMT: SPIB - Dissertações de Mestrado

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