Performing the Shadows: A Feminíst Study on Lourdes Castro`sTheatres of Shadows (1973-1985)

Abstract

The multidisciplinary artist Lourdes Castro (1930-2022) was one of the pioneering in performance art in Portugal, yet little is said or published about her inventive Theatres of Shadows. Therefore, this dissertation aimed primarily to collect, expose, and analyse material on her experiments with moving shadows, with particular emphasis on the productions that, to varying degrees, involved the collaboration of Manuel Zimbro (1944-2003) – namely, The Shadows: Picnic in the Shade, Contour, Night and Day (1973-1975); The Five Seasons (1975-1980); and Horizon Line (1981-1985). Associated with this research is a feminist political positioning, as well as the adoption of a comprehensive analysis of the documentation of these ephemeral works. Thus, beyond the central analysis of the proposed case study, a solid political and cultural contextualization aiming to understand the means of production, dissemination, and reception of these artistic productions is conducted. Issues such as the emergence of performance art (comparing the Portuguese case with that of other European countries and the United States of America), the role of women during the dictatorship of the Estado Novo (1933-1974), as well as its long-term consequences for national female artists and feminism, are present in this investigation. Also examined are the work and life of the artist Lourdes Castro, emphasizing the significance of her multiple migrations, the performativity she assumes in the fusion of art and life, and the diplomatic skills required throughout her career. Therefore, this research was guided by three main axes: the description and critical analysis of the performative events; the evaluation of their feminist analytical potential considering the centrality of the artist's body in these creations; and the exploration of hypotheses explaining why they have been, and to some extent continue to be, marginalized in the Portuguese artistic panorama. With this work, I intend to acknowledge Lourdes Castro’s quality as a performer - and not only as a visual artist – arguing for the experimental value of her Theatres of Shadows, ultimately pointing out to their remarkable resources to alternatively portray the female body and its quotidian.

A artista multidisciplinar Lourdes Castro (1930-2022) foi uma das pioneiras na arte da performance em Portugal, no entanto, pouco se diz ou publica sobre os seus inventivos Teatros de Sombras. Portanto, esta dissertação teve como objetivo principal recolher, expor e analisar material sobre os seus experimentos com sombras em movimento, dando particular ênfase às produções que, em diferentes graus, envolveram a colaboração de Manuel Zimbro (1944-2003) - nomeadamente, As Sombras: Piquenique à Sombra, Contorno, Noite e Dia (1973-1975); As Cinco Estações (1975-1980); e Linha do Horizonte (1981-1985). Associada a esta investigação está uma posição política feminista, bem como a adoção de uma análise abrangente da documentação destas obras efêmeras. Assim, para além da análise central do caso de estudo proposto, foi realizada uma contextualização política e cultural sólida, com o objetivo de compreender os meios de produção, disseminação e receção destas produções artísticas. Questões como a emergência da arte da performance (comparando o caso português com o de outros países europeus e os Estados Unidos da América), o papel das mulheres durante a ditadura do Estado Novo (1933-1974), bem como as suas consequências a longo prazo para as artistas mulheres e para o feminismo nacionais, estão presentes nesta investigação. Também são examinados o trabalho e a vida da artista Lourdes Castro, enfatizando a importância das suas múltiplas migrações, a performatividade que assume na fusão entre arte e vida, e as habilidades diplomáticas necessárias ao longo da sua carreira. Portanto, esta pesquisa foi orientada por três eixos axiais: a descrição e análise crítica dos eventos performativos; a avaliação do seu potencial analítico feminista considerando a centralidade do corpo da artista nestas criações; e a exploração de hipóteses explicativas para a sua persistente marginalização no panorama artístico português. Com este trabalho, pretendo reconhecer a qualidade de Lourdes Castro como performer - e não apenas como artista visual - argumentando a favor do valor experimental dos seus Teatros de Sombras, apontando, em última instância, para os seus recursos notáveis na representação alternativa do corpo feminino e do seu quotidiano.