Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10362/173921
Título: À espera do Futuro: uma etnografia sobre cidadania e subjectividade à saída da escolaridade obrigatória
Outros títulos: Waiting for the future: An ethnography about citizenship and subjectivity by the end of compulsory schooling
Autor: Fernandes, Maria João Bracons
Orientador: Mapril, José
Palavras-chave: Futuro
Subjetividade
Educação
Cidadania
Poder
Temporalidade
Escola
Future
Temporality
School
Subjectivity
Citizenship
Power
Data de Defesa: 19-Jul-2024
Resumo: A presente tese decorre de uma investigação desenvolvida entre 2017 e 2019 a partir de uma escola secundária na cidade de Almada. Esta investigação procurou interrogar o futuro a partir dos processos e experiências que constituem a escolaridade obrigatória em Portugal: da produção de representações, expectativas, projectos de vida, aspirações e estruturas de desejo, às práticas e discursos que, a várias escalas, aí configuram a imaginação do futuro, colectiva e individualmente. O argumento central desta tese considera a imaginação de futuro como campo privilegiado de negociação entre os sujeitos e o poder, através da instituição escolar. Assim, problematizam-se os processos de subjectivação e as formas emergentes da cidadania contemporânea a partir das orientações de futuro produzidas através da escolaridade obrigatória. Pensando o tempo e a temporalidade como dimensões constitutivas das práticas, observam-se as complexas articulações, intervenções e reconfigurações que entre passado, presente e futuro formulam o contemporâneo. Considera-se a identidade de aluno como central a todas estas operações que, através de múltiplas espácio-temporalidades, configuram as possibilidades e impossibilidades de imaginar, conhecer, agir e, portanto, de ser aqui e agora. A etnografia propõe um diálogo entre “a visão de futuro definida como relevante para os jovens portugueses do nosso tempo” no Perfil dos Alunos à saída da Escolaridade Obrigatória (Ministério da Educação, 2017, p.7) e as visões e imagens que orientam os quotidianos de um conjunto de alunos, agentes educativos, professores e ex-alunos de uma escola secundária em Almada – atentando às especificidades e contingências de um sistema educativo, de uma cidade, de uma escola, daqueles que a fazem. Conclui-se que estas visões determinam aporeticamente as relações ente futuro, cidadania, subjectividade e escola. Cada conjunto de agentes constrói percursos e caminhos que, correndo paralelos, determinam os sentidos e significados da mudança, as possibilidades e impossibilidades do devir. Os encontros e desencontros que estes caminhos geram, as fricções e distâncias que os constituem, são enfim os principais produtores das técnicas e tecnologias que determinam a potência e os limites da agencialidade. Neste sentido, propõem-se o futuro e a imaginação como dimensões constitutivas da experiência vivida e das possibilidades de significação e transformação do real. Em suma, esta tese pensa o seu contributo ancorando uma hermenêutica do futuro numa etnografia da instituição escolar, problematizando as espácio-temporalidades da produção de sujeitos e cidadãos na contemporaneidade a partir dos recursos que a experiência escolar disponibiliza à transformação, contestação, reprodução ou conservação do mundo.
This thesis is the outcome of a research carried out in a public secondary school in the city of Almada, between 2017 and 2019. The research's main objective was to inquire the future by analysing the processes and experiences of compulsory schooling in Portugal. To do so, it investigated the representations, expectations, life projects and structures of desire that, across multiple spaces and times, shape individual and collective imaginations. The main argument of this thesis is that the imagination of the future is a privileged terrain for the negotiations between subjects and power, namely through the school institutional context. Therefore, it problematizes subjectification processes and emergent formations of contemporary citizenship through the futural orientations produced in compulsory schooling. Considering time and temporality as constitutive dimensions of practice, this thesis seeks to observe the complex articulations, interventions, and reconfigurations of past, present and future that formulate the contemporary. By focusing on the student identity as the central locus of all these operations, through multiple spatial temporalities, it inquires how the possibilities of imagining, knowing, acting and being are defined, here and now. The ethnography proposes a dialogue between “the future vision defined as relevant for the Portuguese youth of our times” in the Student’s Profile by the end of compulsory schooling (Ministry of Education, 2017, p.7) and the visions and images that orient the everyday lives of a group of students, educational agents, teachers, and ex-students. The conclusions of this thesis indicate that these visions aporetically determine the relations between the future, citizenship, subjectivity, and school. Each group of agents constructs paths that, running parallel, establish the meanings and directions of change, the possibilities, and impossibilities of their becomings. The encounters and misunderstandings that these paths generate, the frictions and distances that constitute them, are the main producers of the techniques and technologies that determine the potency and limits of agency. In this regard, this dissertation proposes the future and imagination as constitutive dimensions of lived experience and the possibilities of signification and transformation of the real. In sum, it ponders its contributions by anchoring a hermeneutic of the future in a school ethnography, inquiring about the contemporary production of subjects and citizens through the resources schooling experiences offer to the transformation, contestation, or salvage of the world.
URI: http://hdl.handle.net/10362/173921
Designação: Doutoramento em Antropologia
Aparece nas colecções:FCSH: DA - Teses de Doutoramento

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