Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10362/155626
Título: The dopamine hypothesis of schizophrenia, an historical approach
Autor: Tavares, João da Conceição
Orientador: Lisboa, João Luís
Palavras-chave: Hipótese Dopaminérgica
Esquizofrenia
História da neuropsicofarmacologia
História da esquizofrenia
Haloperidol
Neurolépticos
Neurotransmissão
Dopamine hypothesis
History of schizophrenia
History of neuropsychopharmacology
Haloperidol
Neuroleptics
Neurotransmission
Data de Defesa: 22-Mai-2023
Resumo: The underlying cause of schizophrenia could be an overacting dopaminergic function at the central nervous system. This hypothesis was first introduced in 1966 by the Dutch pharmacologist Jacques van Rossum. Our project aims to understand the conditions behind the conception of the dopamine hypothesis as well as the process that would place it at the center of psychiatric theory. Primary sources were mainly published papers during the decade that preceded van Rossum’s proposition. Interviews both previously published, and developed during our work, brought additional descriptive elements that helped characterise more informal factors. Our research illustrates how the dopamine hypothesis emerged from the social history of neuroleptics in general. Haloperidol’s development in particular, searching for chlorpromazine- like features and amphetamine antagonism, expanded and transformed the concept of “neuroleptic”. The consequence was a change in the way schizophrenia itself was viewed. As haloperidol’s use progressed in Europe, and neuroleptics became mostly viewed as antipsychotics, schizophrenia itself suffered major transformations. Those included three similar and parallel processes of reification (becoming a more concrete disease, possibly declined into a list of symptoms), mechanification (transformation of a complex multilevel interaction into the malfunction of a simple biological pathway) and cerebralisation (with an almost exclusive location in the central nervous system). The dopamine hypothesis was a key step confirming, enhancing and accelerating these changes. In the same manner that theory influences drug development, medications construct theory, redefine what we determine as pathological, and reframe research into disease pathophysiology Pursuing these close relationships between rationalism and empiricism, theory and artefacts, pathophysiology and medication, we unraveled some of the stories that help built the current neuropharmacological academic and industrial complex and analyse the factors that helped shape the current close relationship between industry, academy, and the clinical world.
Um aumento da actividade dopaminérgica ao nível do sistema nervoso central poderia ser a potencial causa da esquizofrenia: esta hipótese foi apresentada pela primeira vez em 1966 pelo farmacologista Holandês Jacques van Rossum. A presente investigação pretende compreender não apenas a origem da hipótese dopaminérgica, como também o processo que a posicionou, desde o início, no centro da construção teórica psiquiátrica. Recorreu-se a diversas fontes históricas, com destaque para os artigos científicos publicados durante a década que precedeu a hipótese de van Rossum. Entrevistas, previamente publicadas ou desenvolvidas no âmbito deste trabalho, acrescentaram elementos descritivos que permitiram caracterizar factores mais informais. Esta pesquisa revela como a hipótese dopaminérgica resulta directamente da história social dos medicamentos neurolépticos. A construção do haloperidol, procurando por um lado elementos que o aproximassem da cloropromazina, e por outro o antagonismo da anfetamina, expandiu e transformou o conceito de neuroléptico. Tudo isto teve impacto na forma como a esquizofrenia era pensada. À medida que o uso do haloperidol progrediu na Europa continental e que os neurolépticos foram crescentemente vistos como antipsicóticos, a construção da esquizofrenia sofreu importantes transformações. Entre estas encontram-se três processos similares e paralelos, a que chamámos reificação (tornando-se uma doença mais concreta, potencialmente reduzida a um declinar de sintomas-chave), mecanificação (transformação de uma interação complexa e multidimensional, na disfunção de um simples mecanismo biológico), e cerebralização (com uma localização crescentemente exclusiva no sistema nervoso central). A hipótese dopaminérgica foi um elemento chave na confirmação, expansão e aceleração destas mudanças. Da mesma forma que a teoria influencia o desenvolvimento medicamentoso, os medicamentos, eles próprios, tornam-se construtores de teoria, redefinindo o que se considera patológico, e reformulando a pesquisa patofisiológica. Perseguindo estas relações próximas entre racionalismo e empirismo, teoria e artefacto, patofisiologia e medicação, revelam-se alguma das histórias que ajudaram a construir o actual complexo industrial e académico neurofarmacológico, e analisam-se factores que condicionaram as proximidades actuais entre indústria, academia e clínica.
URI: http://hdl.handle.net/10362/155626
Designação: Doutoramento em História, especialidade em História Contemporânea
Aparece nas colecções:FCSH: DH - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
tese.pdf18,24 MBAdobe PDFVer/Abrir


FacebookTwitterDeliciousLinkedInDiggGoogle BookmarksMySpace
Formato BibTex MendeleyEndnote 

Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.