Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10362/129165
Título: Syphilis, HIV infection, hepatitis B and C in parturients from Irene Neto Maternity in Lubango, Angola, and their association with maternal, obstetric and newborn complications
Autor: OLIVEIRA, Dinamene
Orientador: PEREIRA, Filomena
MARTINS, Maria do Rosário Oliveira
CASTRO, Rita
Palavras-chave: Saúde pública
Saúde Tropical
infeções sexualmente transmissíveis,
Cuidados pré-natais
Transmissão vertical
Complicações na gravidez
Lubango
Angola
Data de Defesa: 2021
Resumo: Introdução: Em Angola, infeções por Treponema pallidum e pelos vírus da imunodeficiência humana (VIH), hepatite B (VHB) e hepatite C (VHC) estão pouco documentadas, especialmente durante a gravidez. Objetivos: Parturientes da cidade do Lubango, província da Huíla, foram incluídas. Objetivos: 1) determinar a prevalência das infeções por T. pallidum, VIH, VHB e VHC; 2) identificar fatores sociodemográficos associados; 3) caraterizar a abordagem clínica pré-natal e durante o parto quanto às infeções; 4) relacionar a transmissão vertical (TV) com a abordagem das mulheres infetadas e comparar com as normas nacionais e internacionais; 5) identificar complicações maternas, obstétricas e do recém-nascido associadas às infeções; 6) descrever sinais e sintomas das parturientes e dos recémnascidos associados às infeções; 7) recomendar procedimentos para diminuir as complicações das infeções em grávidas e recém-nascidos, atendendo às condições locais. Métodos: Estudo observacional, transversal e analítico de base hospitalar (Maternidade Irene Neto). Entre outubro de 2016 e setembro de 2017, 500 parturientes foram acompanhadas durante o trabalho de parto, tendo sido efetuado rastreio das infeções em estudo e avaliada a TV. O questionário incluiu caraterísticas maternas, cuidados prénatais (CPN) e desfechos maternos, obstétricos e do recém-nascido. A análise estatística englobou análise bivariada e regressão logística múltipla. Uma revisão sistemática foi efetuada com base nas diretrizes PRISMA. Resultados: Pelo menos uma infeção foi diagnosticada em 11,8% das parturientes: hepatite B em 8,6%, VIH em 3,0% e sífilis em 1,0%. Nenhum caso de hepatite C foi diagnosticado. Cada ano adicional de escolaridade reduziu em 10,0% a chance de infeção pelo VHB. O rastreio pré-natal de VIH, T. pallidum e VHB foi realizado em 66,5%, 60,2% e 44,6%, respetivamente, sendo as taxas significativamente menores em mulheres das zonas rurais. Os CPN tiveram início no primeiro trimestre de gravidez em 9,1%. Pelo menos quatro e oito consultas foram observadas em 62,7% e 3,4%, respetivamente. O ADN do VHB (genótipo E) foi identificado em 7,3% dos recém-nascidos de parturientes HBsAg-positivas, havendo associação entre o HBeAg materno e a positividade dos recém-nascidos para ADN do VHB. Um número considerável de casos de gravidez na adolescência, gravidez gemelar, iliteracia materna, baixa estatura materna, subdiagnóstico pré-natal de hipertensão, cesariana sem indicação médica identificada, asfixia e baixo peso ao nascer foi descrito. Três estudos de boa qualidade incluídos na nossa revisão sistemática revelaram que a infeção materna pelo VHB aumentou o risco de aborto, nascimento pré-termo, hipertensão gestacional, sofrimento fetal e macrossomia. Na amostra do estudo não existiu uma chance maior de hipertensão, anemia, líquido amniótico com mecónio, cesariana, asfixia e baixo peso ao nascer em parturientes com hepatite B. Conclusão: A hepatite B é um importante problema de saúde pública. Os CPN não alcançaram os patamares adequados, com disparidade rural-urbana, pelo que se torna necessário estudar a situação e agir com vista à sua melhoria. O HBeAg é um marcador materno de maior chance de TV. Na África Subsariana, ainda não existe evidência clara sobre a associação entre a hepatite B e as complicações da gravidez, sendo que mais estudos sobre este tema deverão ser efetuados.
Background: In Angola, infections by Treponema pallidum, human immunodeficiency virus (HIV), hepatitis B virus (HBV) and hepatitis C virus (HCV) are poorly documented, especially during pregnancy. Aims: In this study, parturients from Lubango city, Huíla province, were included. Objectives: 1) to determine T. pallidum, HIV, HBV and HCV infections prevalence; 2) to identify associated sociodemographic factors; 3) to characterize the clinical approach during the antenatal period and delivery with respect to those infections; 4) to relate the clinical approach towards infected women during the antenatal period and delivery with vertical transmission (VT) and compare it with the national and international guidelines; 5) to identify maternal, obstetric and newborn complications associated to the infections; 6) to describe parturients and newborns signs and symptoms associated with the infections; 7) to recommend procedures to reduce infections’ complications in pregnant women and newborns, taking into account local conditions. Methods: This is an observational, cross-sectional and analytical facility-based survey (Irene Neto Maternity). From October 2016 to September 2017, 500 parturients were followed during labour. Screening of the studied infections was performed and their VT was evaluated. Questionnaire included maternal characteristics, antenatal care (ANC) and maternal, obstetric and newborn outcomes. Statistical analysis encompassed bivariate analysis and multivariable logistic regression. A systematic review was carried out based on the PRISMA guidelines. Results: At least one infection was diagnosed in 11.8% of the parturients: hepatitis B in 8.6%, HIV in 3.0% and syphilis in 1.0%. No cases of hepatitis C were diagnosed. Each additional year of formal education represented a 10.0% lower chance of HBV infection. HIV, T. pallidum and HBV antenatal screening was performed in 66.5%, 60.2% and 44.6%, respectively, rates being significantly lower in women from rural areas. ANC was initiated in the first trimester of pregnancy by 9.1%. At least four and eight visits were observed in 62.7% and 3.4%, respectively. HBV DNA (genotype E) was identified in 7.3% of newborns from HBsAg-positive parturients. An association between maternal HBeAg and HBV DNA positivity of newborns was found. A considerable number of cases of adolescent pregnancy, twin pregnancy, maternal illiteracy, maternal short stature, antenatal subdiagnosis of hypertension, caesarean without identified medical indication, birth asphyxia and low birth weight was found. Three studies of good quality included in the systematic review performed for this thesis revealed that maternal HBV infection increased risk of miscarriage, preterm birth, gestational hypertension, fetal distress and macrosomia. In our sample, a higher chance of hypertension, anaemia, meconium-stained amniotic fluid, caesarean, birth asphyxia and low birth weight was not found in parturients with hepatitis B. Conclusion: Hepatitis B is an important public health problem. ANC did not reach adequate standards, with rural-urban disparity, and attention should be given towards its improvement. HBeAg is a maternal marker of higher chance of VT. In Sub-Saharan Africa, association between hepatitis B and pregnancy complications remains unclear and should be studied further.
URI: http://hdl.handle.net/10362/129165
Designação: Dissertação apresentada para cumprimentos dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Saúde Internacional, especialidade em Saúde Pública Tropical
Aparece nas colecções:IHMT: SPIB - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
Tese PhD Dinamene Oliveira 2021_Final_PDF_23_11_2021_FUSAO.pdf3,44 MBAdobe PDFVer/Abrir


FacebookTwitterDeliciousLinkedInDiggGoogle BookmarksMySpace
Formato BibTex MendeleyEndnote 

Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.