Mulheres e Fabricantes - Resistência Operária em Almada

Abstract

Na presente investigação analisa-se, a partir de um contexto industrial clássico - o concelho de Almada na décadas de 30 e 40 do século XX - formas de resistência operária feminina que decorrem no período de construção e consolidação do Estado Novo e do regime corporativo. Em termos gerais analisam-se dois tipos de resistência que, embora se diferenciem, não se excluem e que são a “resistência quotidiana” e os “momentos épicos de revolta e confronto público”. Inscrevendo-se num cruzamento disciplinar entre as questões de Género e os Movimentos Sociais, procurar-se-á entender a forma como estas mulheres accionam diferentes gramáticas de acção reivindicativa, inscrevendo as suas práticas numa “cultura de resistência” mais lata em termos de subordinação de classe e de género.

This research analyses, in an industrial classical context - the municipality of Almada in the 30’s and 40’s of the 20th century – feminine working class resistance modes, occurred during the construction and consolidation of the Estado Novo’s corporative political model. Two types of resistance, different but complementary, are analysed: the “quotidian resistance” and the “moments of public and collective revolt”. The final aim is – through the crossing of Gender and Social Movements perspectives – to understand the way these women put their several protest grammars into action; and how inscribe them in a broader “resistance culture” in terms of class and gender subordination.