Utilize este identificador para referenciar este registo:
http://hdl.handle.net/10362/100268
Título: | O regime de propriedade da terra em Moçambique |
Outros títulos: | do costume das sociedades tradicionais no período colonial à consolidação jurídica no pós-independência, 1884-2020 |
Autor: | Lopes, Rafael Temporão Domingues Valente |
Orientador: | Feijó, Carlos Maria da |
Data de Defesa: | 26-Mai-2020 |
Resumo: | The African Law aims to combine the existence of two distinct legal realities. The
traditional, based on usages and customs resulting from prolonged and
widespread practices with a strong sense of obligation. And the official, based on
the legal rules issued by the State. Specific cultures, such as those found in
traditional societies in Africa, and specifically in Mozambique, have faced, over
the centuries, serious obstacles to the maintenance and development of their
practices, namely in what concerns the management of land rights. Whether due
to colonial rule or the achievement of independence and the consequent
transformation of the state apparatus, policies and laws, traditional societies in
Mozambique have been transformed, have become hybrid and have survived
these obstacles. Thus, there is the challenge of building a system that promotes
not only a non-conflictual coexistence of legal orders, but also a system that is
able to guarantee the development of custom. The land represents, in societies
strongly marked by economic weakness, lack of resources and malnutrition, the basic means of subsistence for the majority of the population of Mozambique. In
the name of the representativeness that is also required from the law, and in the
name of the resolution of the serious socio-economic problems that characterize
African societies in general, a more inclusive land ownership regime for custom
is defended for Mozambique. O Direito Africano tem o objetivo de conjugar a existência de duas realidades jurídicas distintas. O tradicional, assente em usos e costumes resultantes de práticas prolongadas e generalizadas com forte sentido de obrigatoriedade. E o oficial, assente nas normas jurídicas emanadas pelo Estado. Culturas específicas, como aquelas que encontramos nas sociedades tradicionais em África, e concretamente em Moçambique, enfrentaram, ao longo dos séculos, sérios obstáculos à manutenção e desenvolvimento das suas práticas, nomeadamente no que à gestão dos direitos sobre a terra diz respeito. Quer pelo domínio colonial, quer pela conquista da independência e consequente transformação do aparelho de Estado, políticas e leis, as sociedades tradicionais em Moçambique transformaram-se, tornaram-se híbridas e sobreviveram a esses obstáculos. Coloca-se, assim, o desafio de construir um sistema que promova não só uma convivência não conflitual de ordens jurídicas, mas também um sistema que seja capaz de garantir o desenvolvimento do costume. A terra representa, em sociedades fortemente marcadas pela debilidade económica, carência de recursos e subnutrição, o meio de subsistência de base para a maioria da população de Moçambique. Em nome da representatividade que se exige também à lei, e em nome da resolução dos sérios problemas socioeconómicos que caracterizam as sociedades africanas em geral, defende-se um regime de propriedade da terra mais inclusivo para o costume, em Moçambique. |
URI: | http://hdl.handle.net/10362/100268 |
Designação: | Mestrado em Direito Internacional e Europeu |
Aparece nas colecções: | FD - Dissertações de Mestrado |
Ficheiros deste registo:
Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Lopes_2020.pdf | 1,38 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.