Téras: Transition of monstrous symbolisms, Uncovering the evolution of ancient greek symbols of τέρατα/monsters into the contemporary

Abstract

Os símbolos e a mitologia da Grécia Antiga desempenharam um papel fundamental na formação da civilização ocidental, influenciando a arte, a filosofia, a literatura e a cultura. Com o passar do tempo, estes símbolos não só foram preservados, como também se transformaram, adaptando-se a novos contextos e adquirindo significados diversos. Enquanto artista nascida na Grécia, testemunhei de perto a relação complexa e, muitas vezes, contraditória que a sociedade grega contemporânea mantém com estes símbolos antigos. Embora profundamente enraizados na nossa identidade cultural, estes símbolos são frequentemente reinterpretados, comercializados e até mesmo mal utilizados, tanto na Grécia como no mundo ocidental. A minha investigação artística explora as conexões intrincadas e as forças culturais que contribuíram para a evolução da perceção destes símbolos. Através desta exploração, procuro compreender como os seus significados mudaram ao longo do tempo e como continuam a ressoar na sociedade contemporânea. Recorro a diversas disciplinas — arqueologia, história da arte, filosofia, psicologia e cultura pop — com o objetivo de fornecer uma análise abrangente do peso simbólico e cultural que estes ícones antigos carregam nos dias de hoje. A pesquisa pretende explorar vários contextos de monstruosidade e contextualizá-los através da arte. A transição dos símbolos estende-se também à transformação do significado da monstruosidade e às formas contemporâneas de a expressar. Paisagens híbridas, realidades monstruosas, a cosmogonia da arte e os τέρατα unem-se para formar uma imagem da realidade contemporânea. Esta abordagem multidisciplinar ganha vida através da experimentação prática com materiais e técnicas. O meu trabalho integra tanto os elementos físicos como os conceptuais destes símbolos, investigando o seu poder duradouro e a sua fragilidade. O culminar desta investigação materializa-se em duas exposições, Téras e The Paths We Cross, onde estes conceitos se concretizam através da justaposição de formas tradicionais e contemporâneas. Estas exposições servem como uma exploração visual da tensão intemporal entre preservação e transformação, convidando o público a refletir sobre o legado dinâmico da mitologia grega antiga no mundo actual.

Ancient Greek symbols and mythology have played a foundational role in shaping Western civilization, influencing art, philosophy, literature, and culture. Over time, these symbols have not only been preserved but have also transformed, adapting to new contexts and acquiring diverse meanings. As a Greek artist, I have witnessed firsthand the complex and often contradictory relationship that modern Greek society maintains with these ancient symbols. While deeply rooted in our cultural identity, these symbols are frequently subject to reinterpretation, commodification, and even misuse, both within Greece and across the Western world. My artistic research delves into the intricate connections and cultural forces that have contributed to the evolving perception of these symbols. Through this exploration, I seek to investigate how their meanings have shifted over time and how they continue to resonate in contemporary society. By drawing from various disciplines—archaeology, art history, philosophy, psychology, and pop culture—I aim to provide a comprehensive analysis of the symbolic and cultural weight these ancient icons carry today. The research aims to explore various contexts of monstrosity and contextualize them through art. The transition of symbols also extends to the shift in the meaning of monstrosity and the contemporary ways of expressing it. Hybrid landscapes, monstrous realities, the cosmogony of art and terata, come together to form a picture of contemporary reality. This multidisciplinary approach is brought to life through practical experimentation with materials and techniques. My work integrates both the physical and conceptual elements of these symbols, investigating their enduring power and fragility. The culmination of this research is presented in two exhibitions, Téras and The Paths We Cross, where these concepts materialize through the juxtaposition of traditional and contemporary forms. These exhibitions serve as a visual exploration of the timeless tension between preservation and transformation, inviting viewers to reflect on the dynamic legacy of ancient Greek mythology in the modern world.