Experimenting Alternative Language Teaching Approaches: The Fluid Approach

Abstract

O ensino e a aprendizagem de línguas sempre foram questões desafiadoras. Estudos teóricos e empíricos que consideram aspetos sociais e individuais confirmam a complexidade e as dificuldades em encontrar abordagens e metodologias eficazes. Além disso, o processo de globalização levou a uma necessidade crescente de aprender inglês como língua estrangeira. Estudantes linguisticamente e culturalmente diversos, juntamente com os contínuos avanços nas tecnologias digitais, exigem adaptações ou inovações nas abordagens de ensino. Estudos demonstraram que abandonar manuais escolares e currículos pré-definidos para construir um currículo baseado nas necessidades dos alunos pode melhorar a aprendizagem. Seguindo uma abordagem humanista, dialógica, sem manuais escolares e centrada nos alunos, este estudo de investigação-ação examina se a co-construção de um manual digital “fluido” com alunos adultos, substituindo o tradicional, tem algum impacto na aprendizagem do inglês. Dois cursos de inglês, de 20 horas cada, nos níveis A1 e A2-B1, frequentados por 35 alunos no total, foram realizados na Universidade Nova, em Lisboa. A recolha de dados utilizou métodos quantitativos (resultados de pré e pós-testes em audição, expressão oral, leitura e escrita) e qualitativos (grupos focais, entrevistas e análise do discurso em sala de aula). Os resultados da análise quantitativa mostram que a adoção de uma abordagem “fluida” foi eficiente em ambos os cursos. A análise qualitativa revelou que os alunos consideraram a interação e o diálogo como elementos-chave para se sentirem confortáveis e sem receio de falar e cometer erros. Os participantes não só perceberam o uso de um manual escolar como desnecessário, mas também consideraram a ausência de um manual como um pré-requisito para uma abordagem de aprendizagem de línguas mais autêntica e centrada no aluno. Consideraram o manual digital mais próximo de si porque foi construído com base nas suas necessidades. A abordagem foi considerada mais eficaz do que os cursos tradicionais, sendo uma alternativa válida às abordagens centradas em manuais escolares e no professor. Considerando os resultados positivos, parece possível utilizar a chamada abordagem “fluida” para melhorar a aprendizagem de inglês pelos alunos, em particular para potenciar as competências de expressão oral e escrita. As implicações destes resultados para a aprendizagem de línguas por adultos são discutidas.

Language teaching and learning has always been a challenging issue. Theoretical and empirical studies, considering social and individual aspects, confirm the complexity and difficulties in finding effective approaches and methodologies. Furthermore, the process of globalization has led to a growing need for learning English as a foreign language. Linguistically and culturally diverse students, along with continuous developments in digital technologies, demand adaptations or innovations in teaching approaches. Studies have shown that abandoning textbooks and predefined curricula to construct a curriculum around learners’ needs can enhance learning. Following a humanistic, dialogic, textbook-free, learner-centred language teaching approach, this action research study examines whether the co-construction of a digital “fluid” textbook with adult students, replacing the traditional one, has any impact on their English learning. Two English courses of 20 hours each, of A1 and A2-B1 level, attended by 35 students, were conducted at the Universidade Nova in Lisbon. Data collection used both quantitative (pre- and post-test results in listening, speaking, reading and writing) and qualitative (focus groups, interviews, and classroom discourse analysis) methods. Quantitative analysis findings show that results in adopting a “fluid” approach were effective for both courses. The qualitative analysis showed that learners found that interaction and dialogue played a key role in making them feel comfortable and not afraid of speaking and making mistakes. Not only did participants perceive the use of a textbook as unnecessary, but they also considered the absence of a manual as a prerequisite for a more authentic learnercentred approach to language learning. They considered the digital textbook closer to them because it had been constructed around their needs. The approach was perceived more effective than traditional courses, a valid alternative to textbook-, teacher-centred approaches. Considering the positive findings, it seems possible to use a so-called “fluid” approach to enhance students’ learning of English, in particular to boost speaking and writing skills. Implications of these findings for adult language learning are discussed.