Modelo de avaliação do nível do risco em obras de contenção da infraestruturas de Portugal

Abstract

A Infraestruturas de Portugal, S.A. (IP) é responsável pela gestão de cerca de 14.000 km de rede rodoviária e 2.500 km de rede ferroviária, que se estendem de norte a sul de Portugal continental. Ao longo de toda esta rede, estima-se que existam mais de 20 mil Obras de Contenção (OC), caracterizadas por serem um ativo que, para além de desenvolverem uma função relevante para um correto funcionamento das redes viárias, estão disseminadas por todo o território. Por estes motivos, a IP tem vindo a implementar um Sistema de Gestão de Obra de Contenção (SGOC) capaz de responder às necessidades deste tipo de ativos, otimizando a alocação de recursos ao longo da sua vida útil. Neste artigo analisam-se e avaliam-se os primeiros dados que surgem após a implementação deste sistema de gestão com base numa amostra de 195 OC, visando a validação do comportamento dos fatores e parâmetros de cálculo do respetivo Índice de Criticidade (ICR). Este índice relaciona vários parâmetros, como por exemplo, a altura da estrutura face ao seu afastamento à via, a existência de monitorização, a hierarquia da via, a posição da OC e o custo de reparação, tendo como objetivo espelhar as eventuais consequências em caso de rotura. Com base na tabela de fatores e parâmetros de cálculo do ICR, desenvolveu-se uma análise de sensibilidade para avaliar a viabilidade e adequabilidade de algumas alterações à metodologia de cálculo. Este estudo fundamentou-se nalgumas simulações das cotações atribuídas a determinados parâmetros, para analisar como varia aquele índice e como se comporta a amostra das 195 OC. A análise referida recaiu em três fatores: o Geométrico (parâmetro de "Presença de Monitorização"), o de Segurança (parâmetro de "Posição da OC" na via) e o Económico (parâmetro do "Custo de reparação"). Por fim, tecem-se as devidas considerações finais e as respetivas conclusões. As análises preliminares desenvolvidas constatam que o SGOC apresenta um comportamento adequado face ao cálculo aos Índices de Condição e de Criticidade, bem como retorna uma distribuição coerente das OC pelos diferentes níveis do risco. Ainda assim, com o presente estudo, identificam-se melhorias que podem ser implementadas no cálculo do ICR, e que se detalham e demonstram no artigo.