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http://hdl.handle.net/10362/182503
Título: | Ciberespaço, Feminismos e Interseccionalidade: O Movimento 8M entre Portugal e Brasil |
Autor: | Barbosa, Camila Lamartine Mariz |
Orientador: | Silva, Marisa Rodrigues Pinto Torres da |
Palavras-chave: | Interseccionalidade Quarta Vaga Feminista Ciberfeminismo Feminismo Branco Branquitude Movimento 8M Greve Feminista Internacional Intersectionality Fourth Wave Feminism Cyberfeminism White Feminism Whiteness 8M Movement International Feminist Strike |
Data de Defesa: | 13-Mar-2025 |
Resumo: | Embora existam estudos sobre os feminismos e comunicação nos média tradicionais, a
compreensão de como os movimentos feministas articulam sua comunicação interna e se
conectam com seus públicos no ambiente digital é limitada, em particular, falta uma
exploração comparativa da dinâmica ciberfeminista em diferentes contextos culturais, o
que buscamos aqui colmatar. Para além disto, intentamos preencher uma lacuna
significativa na literatura acerca da quarta vaga do movimento feminista, especialmente
no contexto das redes sociais digitais. Portanto, esta investigação analisa a relação entre
a interseccionalidade e a quarta vaga dos feminismos a partir das redes sociais digitais em
diferentes contextos lusófonos, nomeadamente Portugal e Brasil, com foco no movimento
transnacional 8M, frente de greve feminista internacional que se caracteriza como um dos
principais movimentos dos feminismos contemporâneos. Nosso principal objetivo é
compreender como a interseccionalidade está presente na construção de um movimento
feminista plural sob cognição do ciberfeminismo, através da análise comparativa
netnográfica das páginas de Instagram dos coletivos que organizam o 8M em ambos os
países, entre os anos de 2021 e 2022, também considerando a pandemia de Covid-19.
Atentando aos conceitos de conhecimento situado e lugar de fala, realizamos entrevistas
com ativistas feministas a fim, ainda, de garantir visibilidade às vozes marginalizadas.
Destacam-se como resultados mais relevantes: a consolidação do Instagram como
principal plataforma utilizada pelas feministas; o WhatsApp como ferramenta prática de
comunicação em ambos os países, ainda que se identifique um baixo nível de
engajamento digital; a falta de comunicação direta entre os coletivos dos dois países,
embora Portugal destaque o movimento feminista brasileiro, possivelmente pela conexão
migratória. Em termos de temáticas, ainda que o 8M seja central em ambos os países, na
página brasileira as discussões giram mais em torno de questões políticas, enquanto em
Portugal o transfeminismo ganha destaque. As mulheres brancas se revelaram a
identidade mais representada, enquanto as mulheres lésbicas são quase invisíveis nos
conteúdos analisados. Constatamos que há uma discrepância na aplicação prática da
interseccionalidade que, mesmo mencionada frequentemente, é aplicada de forma
limitada, destacando o impacto da branquitude como sistema de dominação dentro do
próprio movimento feminista. Assim, a principal contribuição desta tese está na crítica à
branquitude nos feminismos, na proposta de uma abordagem interseccional situada como
base fundamental à quarta vaga no âmbito do ciberfeminismo e na revitalização da noção
de subalternidade a partir das vozes menos representadas, conceito que intitulamos
Feminismos Marginalizados. Although there are studies on feminisms and communication in traditional media, the understanding of how feminist movements articulate their internal communication and connect with their audiences in the digital environment is limited, in particular, there is a lack of comparative exploration of cyber-feminist dynamics in different cultural contexts, which we seek to fill here. In addition, we aim to fill a significant gap in the literature about the fourth wave of the feminist movement, especially in the context of digital social networks. Therefore, this research analyzes the relationship between intersectionality and the fourth wave of feminisms from digital social networks in different Portuguesespeaking contexts, namely Portugal and Brazil, with a focus on the transnational 8M movement, an international feminist strike front that is characterized as one of the main movements of contemporary feminisms. Our main objective is to understand how intersectionality is present in the construction of a plural feminist movement under the cognition of cyberfeminism, through a comparative netnographic analysis of the Instagram pages of the collectives that organize 8M in both countries, between the years 2021 and 2022, also considering the Covid-19 pandemic. Paying attention to the concepts of situated knowledge and place of speech, we conducted interviews with feminist activists to ensure visibility for marginalized voices. The most relevant results were the consolidation of Instagram as the main platform used by feminists; WhatsApp as a practical communication tool in both countries, although a low level of digital engagement was identified; the lack of direct communication between collectives in the two countries, although Portugal highlights the Brazilian feminist movement, possibly due to the migratory connection. In terms of themes, although 8M is central in both countries, on the Brazilian page the discussions revolve more around political issues, while in Portugal transfeminism is highlighted. White women were the most represented identity, while lesbian women were almost invisible in the content analyzed. We found that there is a discrepancy in the practical application of intersectionality which, even though it is mentioned frequently, is applied in a limited way, highlighting the impact of whiteness as a system of domination within the feminist movement itself. Thus, the main contribution of this thesis lies in the critique of whiteness in feminisms, in the proposal of an intersectional approach as a fundamental basis for the fourth wave in cyberfeminism and in the revitalization of the notion of subalternity based on less represented voices, a concept we call marginalized feminisms. |
URI: | http://hdl.handle.net/10362/182503 |
Designação: | Doutoramento em Ciências da Comunicação, especialidade em Comunicação e Ciências Sociais |
Aparece nas colecções: | FCSH: DCC - Teses de Doutoramento |
Ficheiros deste registo:
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