Utilize este identificador para referenciar este registo:
http://hdl.handle.net/10362/163746
Título: | DECODING THE PAST THROUGH PICK-UP DECORATED GLASS: Glass fragments unearthed in Portugal dated to 16th-17th centuries |
Autor: | Cabral, Maria Francisca Vasconcelos Raposo Pulido Valente Monteiro |
Orientador: | Vilarigues, Márcia Coutinho, Inês Medici, Teresa |
Palavras-chave: | millefiori glass Renaissance Archaeology Portugal Venetian Façon-de-Venise glass |
Data de Defesa: | 2023 |
Resumo: | This project provides an overview and a crosscutting investigation about one of the most important and intricate glass decorative techniques of the Renaissance (end of 16th – 17th cen-turies): the pick-up decoration, including millefiori and splash technique.
Millefiori (literally means “thousand flowers”) is characterised by the usage of embedded murine (thin sliced glass canes with colourful concentric patterns in cross-section) fused into the surface of its body glass. While, splash technique is characterized by glass objects that have sparkling coloured pints, produced by the fusion of sliced coloured glasses, that are fused in it surface.
Different subjects of investigation are linked in this work: I) history and nomenclature, II) production technique, III) a survey of literature on archaeological findings, and IV) compo-sition characterisation of some fragments unearthed from four different Portuguese archaeo-logical sites: Santa Clara-a-Velha Monastery (SCV) in Coimbra, Largo do Chafariz de Dentro (LCD) and Santana Convent in Lisbon (LCS) and São João de Tarouca Monastery (SJT) in Lamego.
The present study involves the meticulous selection of 31 glass samples according with its patterns, colour choice and forms representativity. A total of 105 distinct glass layers were chemically analysed, from a comprehensive assemblage of over 200 pick-up fragments. The research conducted by Teresa Medici (2014) played a crucial role in the survey of archaeolog-ical glass fragments/ objects from the late medieval and Modern periods found in Portugal. To ensure the appropriateness of the selected samples for this project, specific criteria were adopted, including: shapes, range of colours, the presence of gold leaf, the occurrence of cor-roded layers, and certain distinctive attributes (e.g., unique decorative patterns like crosses, caravels, flowers, and bird head shapes). In addition to the aforementioned glass fragments, we also performed analyses on four glass waste products, retrieved from LCD (3 fragments) and LCS (1 fragment) sites, to compare their chemical composition with that of the selected pick-up glass fragments.
For the material characterization, was adopted a comprehensive approach encompass-ing macroscopic and microscopic observations, as well as compositional characterization was employed to discern the raw materials used in the production of both colourless and coloured glass artifacts.
The morphological investigation entailed the application of stereoscopy and optical mi-croscopy. Compositional analysis was carried out utilizing two distinct techniques: 1) particle induced X-ray emission (μ-PIXE) mapping, which facilitated visualization of the distribution of different oxides across various layers, and 2) laser ablation inductively coupled plasma mass spectrometry (LA-ICP-MS), enabling the determination of the major, minor, trace, and rare earth elements (REE) in the composition.
Additionally, μ-Raman spectroscopy was employed to investigate the opacifiers, while UV-Visible reflectance spectroscopy was utilized to assess the presence of chromophores within the glass samples.
The analysed coloured glass exhibits a prevailing trend commonly observed in coeval European artifacts: cobalt imparts the characteristic blue hue, while copper contributes to the aventurina, red, and turquoise colours (at different oxidizing states). Iron is responsible for the amber and greenish tinges, whereas manganese accounts for the black colour when accompa-nied by a minimal CoO content. In the case of white-coloured glass, the opacifier employed in all examined layers is cassiterite, as extensively utilized by the Venetian glassmakers.
Based on the findings of this study, it can be confirmed that all the examined pick-up glass fragments fall under the category of soda-lime-silica type.
However, despite extensive analysis, a definitive attribution to Venetian production was not attainable in any sample. This observation is of particular significance, as pick-up glass artifacts dating from the 15th to 17th centuries are commonly associated with a Venetian origin.
Furthermore, one of the geochemical patterns identified in the results for one of the pro-duction remains found in Lisbon (LCS 0003) aligns with approximately 60% of the samples. Combining this finding with the identification of several glass fragments, as pointed out by Teresa Medici (2014), that exhibit distinct morphological characteristics (as gourd-shaped ves-sels and original flower pattern of SCV 360 fragment) are that likely of Portuguese origin. No-tably, most of these fragments were likely produced using barilla ashes as the alkali source, with the principal components associated with the major components of silica sources, here attributed, to a probable Lisbon provenance by taking the graph which combine TiO2/Al2O3 and Al2O3/SiO2 information.
By integrating these empirical findings with corroborative historical documentation, it becomes plausible to propose that the revealed 6th geochemical pattern can be probably at-tributed to Portuguese origin. However, it is essential to acknowledge that further compre-hensive investigations are warranted to definitively establish this attribution. Este projeto oferece uma abordagem geral e abrangente à cerca de uma das técnicas decorativas de vidro mais importantes e elaboradas do Renascimento (fim do século XVI - século XVII): a decoração pick-up, a qual inclui o vidro millefiori e splash. O vidro millefiori (significa, literalmente, mil flores) é caracterizado pela utilização de murrinas (finas secções de cana que apresentam padrões concêntricos coloridos em corte transversal) fundidas na superfície do objeto de vidro. Já o vidro splash é caracterizado por apresentar pontos coloridos dispersos pela superfície do objeto. Este efeito é produzido pela fusão de lascas de vidro colorido que cor sólida. São feitas diferentes abordagens ao tema relacionando: I) história e nomenclatura, II) técnica de produção, III) revisão da literatura sobre artefactos de vidro encontrados em contexto arqueológico e IV) caracterização da composição de alguns fragmentos descobertos em quatro sítios arqueológicos portugueses diferentes: Mosteiro de Santa Clara-a-Velha (SCV) em Coimbra, Largo do Chafariz de Dentro (LCD) e Convento de Santana em Lisboa (LCS) e Mosteiro de São João de Tarouca (SJT) em Lamego. O presente estudo envolveu a meticulosa seleção de 31 amostras de vidro decoradas com a técnica pick-up, o que originou um total de 105 camadas de vidro distintas. Para esta seleção, o trabalho conduzido por Teresa Medici (2014) desempenhou um papel crucial no levantamento de objetos de vidro arqueológico do período tardo-medieval e Moderno encontrados em Portugal. A seleção das amostras para serem analisadas teve em conta critérios específicos que incluíram: a formas dos objetos, variedade de cores, presença de folha de ouro, existência de camadas de corrosão e outras características singulares (p.e., padrões decorativos únicos como cruzes, caravelas, flores e cabeças de pássaros). Além dos fragmentos de vidro mencionados anteriormente, também foram analisados quatro restos de produção (ou escórias) de vidro, recuperados dos sítios LCD (3 fragmentos) e LCS (1 fragmentos), a fim de comparar sua composição química com a dos fragmentos de vidro. No estudo da caracterização do material, foi adotada uma abordagem abrangente que incluiu observações macroscópicas e microscópicas dos fragmentos, bem como a caracterização da composição química para tentar discernir quais foram as matérias-primas utilizados na produção destes artefactos de vidro. A investigação morfológica foi realizada através de estereoscopia e microscopia ótica enquanto, a caracterização da composição química dos fragmentos foi realizada por duas técnicas analíticas distintas: 1) μ-PIXE, que possibilitou a visualização da distribuição dos diferentes óxidos nas diferentes camadas que compõem cada fragmento, e 2) LA-ICP-MS, permitindo a determinação da composição dos elementos maioritários, minoritários, traço e elementos associados às terras raras (REE). Para além das técnicas analíticas anteriormente citadas, a espectroscopia μ-Raman foi utilizada na investigação dos opacificantes, enquanto a espectroscopia de reflectância UV-Vis foi utilizada para avaliar a presença de cromóforos nas amostras de vidro. O vidro colorido analisado exibe uma tendência predominante comummente observada em artefactos europeus contemporâneos: o óxido cobalto confere a tonalidade azul, enquanto o óxido de cobre contribui para as cores aventurina, vermelho e turquesa (em diferentes estados de oxidação do cobre). O óxido de ferro é responsável pelos tons âmbar e esverdeados, enquanto o óxido de manganês determina a cor preta, quando acompanhado de uma quantidade mínima de CoO. No caso do vidro branco, o opacificante utilizado em todas as camadas examinadas é a Cassiterita, extensivamente empregada pelos vidreiros venezianos. Além disso, em determinadas amostras brancas (SCV_240 e SCV_250), a coexistências de cristais de cassiterite e malayaita foi comprovada. Com base nos resultados obtidos por este estudo, foi possível verificar que todos os fragmentos de vidro com decoração pick-up analisados neste projeto podem ser classificados como sendo do tipo sodo-cálcico silicatados. No entanto, a atribuição definitiva a produção Veneziana não pôde ser conferida a nenhum dos fragmentos ou camadas de vidro. Esta observação é particularmente relevante uma vez que, artefactos de vidro decorados com a técnica pick-up datados do século XV ao século XVII são frequentemente atribuídos à produção Veneziana. Além disso, o 6º dos padrão geoquímico mostrou ter uma notável compatibilidade entre o resto de produção LCS 003 e, aproximadamente, 60% dos fragmentos selecionados para análise que são decorados através da técnica pick-up (provenientes dos contextos de Lisboa e SCV). Ao combinar esta descoberta com a identificação de vários fragmentos de vidro, como apontado por Teresa Medici (2014), que exibem características morfológicas singulares (como os recipientes em forma de cabaça e o padrão original de flor do fragmento SCV 360), torna-se provável que estes objetos possam ter uma produção portuguesa. Notavelmente, a maioria desses fragmentos foram, provavelmente, produzidos utilizando cinzas de barilla como fonte alcalina e têm os componentes maioritários, associados às fontes de sílica, situadas na região de Lisboa. Reunindo todas estas descobertas com documentação histórica corroborativa, torna-se plausível propor que o 6º padrão geoquímico aqui revelado possa ter origem em Lisboa. No entanto, é essencial reconhecer que investigações mais abrangentes são necessárias para estabelecer definitivamente essa atribuição. |
URI: | http://hdl.handle.net/10362/163746 |
Designação: | DOCTORATE IN CONSERVATION AND RESTORATION OF CULTURAL HERITAGE |
Aparece nas colecções: | FCT: DCR - Teses de Doutoramento |
Ficheiros deste registo:
Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Cabral_2023.pdf | 6,48 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.