“… Posee todos los primores de la música, en cuanto ciencia, y en cuanto arte”

Abstract

Este artigo pretende dar a conhecer as múltiplas vertentes da vivência da música no quotidiano de D. Maria Bárbara de Bragança (1711-1758), enquanto infanta de Portugal, princesa das Astúrias e Rainha de Espanha, contextualizando‑as no âmbito da etiqueta e das práticas culturais das cortes europeias setecentistas, assim como reflectir sobre a sua acção e o seu legado à luz de estudos recentes no domínio da musicologia e da história cultural. Abordam‑se aspectos como a sua formação, as actividades musicais ligadas à monarquia, as suas facetas de intérprete, compositora e coleccionadora de livros, partituras e obras de arte, bem como alguns dos principais elos da ampla rede de contactos que estabeleceu e contribuíram para projectar a sua imagem no plano internacional como protectora da música e dos músicos. O estudo do seu percurso coloca em evidência a importância das mulheres nas práticas musicais e culturais das monarquias europeias.