Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10362/158579
Título: Contributo para a inclusão da perspectiva de género nas políticas de mobilidade em bicicleta: o caso da Área Metropolitana de Lisboa
Autor: Pascoal, Inês Sarti
Orientador: Teixeira, Ana Lúcia Albano
Farinha, João António Muralha Ribeiro
Palavras-chave: Género
Mobilidade
Bicicleta
Perspectiva de género
Políticas públicas
Gender
Mobility
Bicycle
Gender mainstreaming
Public policies
Data de Defesa: 11-Jul-2023
Resumo: O gender gap na utilização da bicicleta existe por diversos factores: históricos e culturais, pela insegurança rodoviária, falta de infraestruturas cicláveis, lacuna de dados desagregados por género na mobilidade, padrões de mobilidade mais complexos das mulheres, o desenho dos sistemas de transporte e mobilidade não adequados para mulheres e o assédio sexual que vivenciam em espaço público. No entanto, pouca atenção tem sido dada às questões de género relacionadas com a mobilidade urbana e em bicicleta. Neste trabalho, tentou-se perceber de que forma podem as políticas públicas da Área Metropolitana de Lisboa promover o aumento de mulheres a usar a bicicleta. Para tal, foram utilizados diferentes métodos de recolha e análise de dados, nomeadamente, através de contagens de ciclistas, análise documental e inquéritos a agentes de mobilidade, culminando num conjunto de recomendações para aplicar em políticas de mobilidade. De 515 ciclistas observados/as em 6 locais da AML, apenas 13,6% eram mulheres. Concluiu-se ainda que das 6 localizações analisadas, Lisboa é a mais segura para andar de bicicleta e Vila Franca de Xira a menos segura. Observou-se que a maioria das mulheres (61%) não usa capacete durante as suas deslocações. Foi verificado que existe alguma falta de articulação entre as políticas para a igualdade e as políticas de mobilidade existentes na AML. Dos 17 planos municipais para a igualdade avaliados, apenas 1/3 incluem medidas na área do urbanismo e mobilidade. Estas encontram-se nos planos de acção dos municípios de Loures, Lisboa, Palmela, Moita, Montijo e Barreiro. Estas políticas inclusivas são recentes e foram elaboradas com o know-how de entidades que trabalham em igualdade de género. Da análise a 13 políticas de mobilidade na AML, concluiu-se que maioritariamente não incluem uma perspectiva de género, sendo que apenas 3 abordam directamente o assunto. Ainda assim, algumas das medidas previstas serão favoráveis para haver mais mulheres a usar a bicicleta se forem de facto implementadas. Estas referem-se a medidas no âmbito da mobilidade em bicicleta, segurança e mobilidade escolar. Da análise a resultados do questionário feito a agentes de mobilidade, verificou se que existe um desfasamento entre a percepção de conhecimento e a realidade, no que toca a questões de género e mobilidade, e algumas falhas de conhecimento na área da mobilidade em bicicleta. Foram consideradas mais importantes a questões ambientais do que a igualdade de género, enquanto estímulos para implementação de medidas em prol da utilização da bicicleta; o maior obstáculo foi considerado a falta de vontade política. Percebeu-se ainda que têm sido conduzidos processos de envolvimento e participação publica pouco participativos pelas entidades com competências na área da mobilidade. Para haver mais mulheres a andar de bicicleta em meio urbano, os factores-chave parecem ser a inclusão da perspectiva de género nas políticas de mobilidade, o envolvimento e articulação de diferentes stakeholders e a implementação de infraestruturas urbanas inclusivas. Serão necessários novos modelos de colaboração e participação, inovadores, inclusivos e transparentes. De modo a acelerar esta transição, é proposta a criação de Grupo de Trabalho Género & Mobilidade da AML - GT GenMob-AML.
The bicycle gender gap exists due to several factors: historical and cultural, road insecurity, lack of cycling infrastructure, data gap on gender-disaggregated mobility, more complex mobility patterns of women, the design of transport and mobility systems not suitable for women and the sexual harassment they experience in public space. However, little attention has been given to this subject. In this work, we tried to understand how public policies in the Lisbon Metropolitan Area (LMA) can promote an increase in the number of women using bicycles. To this end, different methods of data collection and analysis were used, namely through cyclist countings, document analysis and surveys to mobility agents, culminating in a set of recommendations to apply in mobility policies. Of 515 cyclists observed in 6 locations in the LMA, only 13.6% were women and it was concluded that of the 6 locations analyzed, Lisbon is the safest for cycling and Vila Franca de Xira the least safe. It was observed that the majority of women (61%) do not use a helmet when traveling. It was verified that there is some lack of articulation between the policies for equality and the existing mobility policies in the LMA. Of the 17 municipal plans for equality evaluated, only 1/3 include measures in urbanism and mobility. These can be found in the action plans of of Loures, Lisboa, Palmela, Moita, Montijo and Barreiro municipalities. These inclusive policies are recent and were developed with the know how of entities working on gender equality. From the analysis of 13 mobility policies in the LMA, it was concluded that the majority do not include a gender perspective, with only 3 directly addressing the issue. Even so, some of the planned measures would be favorable for more women cycling if they were actually implemented. These refer to measures within the scope of mobility by bicycle, safety and school mobility. From the analysis of the results of the questionnaire given to mobility agents, it was found that there is a gap between the perception of knowledge and reality, regarding topics on gender and mobility, and some lack of knowledge in mobility by bicycle. Environmental issues were considered more important than gender equality, as stimuli for the implementation of measures in favor of bicycle use; the biggest obstacle considered was the lack of political will. It was also noticed that processes of involvement and public participation have been carried out with little participation by entities with competences in mobility. To have more women cycling in cities, the key factors seem to be the inclusion of a gender perspective in mobility policies, the involvement and articulation of different stakeholders and the implementation of inclusive urban infrastructures. New models of collaboration and participation that are innovative, inclusive and transparent will be needed. To accelerate this transition, in this study is suggested the the creation of the LMA Gender & Mobility Working Group - WG GenMob-LMA.
URI: http://hdl.handle.net/10362/158579
Designação: Mestrado em Urbanismo Sustentável e Ordenamento do Território
Aparece nas colecções:FCSH: DGPR - Dissertações de Mestrado

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
género e mobilidade em bicicleta.pdf6,95 MBAdobe PDFVer/Abrir


FacebookTwitterDeliciousLinkedInDiggGoogle BookmarksMySpace
Formato BibTex MendeleyEndnote 

Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.