Contemporary art in the museum; responsibilities and professional roles of care

Abstract

This thesis investigates the professional roles responsible for perpetuating contemporary artworks, using the term “perpetuation” to refer to a holistic preservation of the integral components (material and/or immaterial) of an artwork over time. A contemporary artwork is re-enacted differently between exhibitions: materials are replaced, time-based media equipment and formats are changed and spatial arrangements are altered. A work can start as a performance and over the years develop into an object, or vice versa. There is change to be prevented and change to be cherished; every artwork has its own rules, and there are even cases where these rules are meant to be altered over time. Contemporary art, as sociologist Nathalie Heinich has argued, constitutes a new paradigm of art, distinct from traditional and modern. Contemporary artworks transgress conventional barriers, are highly idiosyncratic, and have a disposition to embrace change. As a result, the identity and ontology of a contemporary artwork are not self-evident, leading to a requirement of extensive and thorough research and documentation of the artist’s intent, as well as of the artwork’s institutional life. This requirement has proven challenging to institutions. Through literature review, a field-study and 27 semi-structured expert interviews, this thesis seeks to investigate the ways in which this requirement challenges traditional museum roles, namely, conservators and curators. It concludes that this demanding requirement posed by contemporary artworks is difficult to be fulfilled when added as a peripheral responsibility to the many primary responsibilities conservators and curators have. The thesis proposes the establishment of a new museum role: a collaborator to conservators and curators; a researcher with the role of understanding and documenting the identity and ontology of a contemporary artwork, tracing the artist’s intent, as well as the rationale of institutional decision-making — supporting a clear, effective and well-documented reflection back and forth from the archive to the exhibition space.

Esta tese investiga aqueles que são responsáveis pela perpetuação de obras de arte contemporâneas. Utilizando o termo “perpetuação” refere-se a uma preservação holística das componentes integrais (materiais e/ou imateriais) de uma obra de arte ao longo do tempo. Uma obra de arte contemporânea é reencenada de forma distinta em cada exposição: os materiais são substituídos, os formatos e equipamentos são alterados e as suas disposições espaciais vão variando. Uma obra pode começar como uma performance e ao longo dos anos evoluir para um objeto, ou vice-versa. Algumas alterações devem serem evitadas, outras devem ser acolhidas; cada obra de arte tem suas próprias regras, e há até casos em que essas regras devem ser alteradas ao longo do tempo. Tal como argumentou a socióloga Nathalie Heinich, a arte contemporânea constitui um novo paradigma de arte distinto do tradicional e do moderno. As obras de arte contemporâneas transgridem barreiras convencionais, são altamente idiossincráticas e têm uma disposição para abraçar a mudança. Assim, a identidade e a ontologia de uma obra contemporânea não são auto-evidentes, o que leva a que se deva exigir um trabalho de investigação e de documentação extenso e minucioso sobre as intenções do artista, bem como sobre a vida institucional da obra. Para os museus, esta exigência tem sido um desafio. Após a realização de uma revisão de literatura, de trabalho de campo e 27 entrevistas semiestruturadas com especialistas, esta tese procura investigar as formas pelas quais essa exigência afronta os papéis tradicionais dos museus, em particular as funções dos conservadores e curadores. Conclui-se que esta exigência imposta pelas obras de arte contemporâneas é difícil de ser cumprida, se for encarada como uma responsabilidade periférica e adicionada às muitas responsabilidades primárias que devem ser asseguradas por conservadores e curadores. A tese propõe que se institua um novo papel museológico: um colaborador de conservadores e curadores; um investigador que assuma as funções de compreender e documentar a identidade e a ontologia de uma obra contemporânea; alguém que faça um mapeamento sobre a intenção do artista, bem como sobre as razões que levam às decisões institucionais — a partir de uma reflexão clara, eficaz e bem documentada, desde o arquivo ao espaço expositivo.