Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10362/147069
Título: The Chocolate Makers and the “Abyss of Hell”: Race, Empire and the Role of Visual Propaganda in the Anglo-Portuguese Controversy surrounding Labour Coercion in the “Cocoa Islands” (1901 - 1917)
Autor: Evans, David Glyn
Orientador: Terenas, Gabriela Ferreira Gandara da Silva e Borges
Palavras-chave: Chocolate
Literatura
Anglo-Portuguese Controversy
Slavery
São Tomé and Príncipe
Beginning of the twentieth century
Controvérsia anglo-portuguesa
Escravatura
Início do século XX
Data de Defesa: 18-Out-2022
Resumo: The dissertation focuses on the scandal surrounding the use of coerced labour in the contract-labour system which was thriving in the Portuguese West African colonies at the beginning of the twentieth century, notably in the cocoa plantations of the equatorial islands of São Tomé and Príncipe in the Gulf of Guinea. The controversy, which for long periods received almost weekly coverage in both the Portuguese and British press, came to a climax in 1909, with a famous boycott on the purchase of Portuguese cacao by the British chocolate manufacturing firms of Cadbury, Rowntree and Fry and their German associates, Stollwerck, which was never to be withdrawn. Despite a three-year suspension on the import of labour from Angola to the so-called “cocoa islands” and the introduction of regular repatriation of the contract-labourers after the fall of the Monarchy in 1910, the British humanitarian campaign continued both in Parliament and the Press, and would in fact intensify in 1912 against the backdrop of supposedly secret Anglo-German negotiations to carve up the Portuguese African colonies. Previous writings on the “Slave-Grown Cocoa Controversy” have tended to place their emphasis on the British humanitarian campaign whilst underestimating the opposition in Portugal against the system and ignoring, to a certain extent, the hidden agendas of virtually all of those who played a part in the controversy. In this study I try to set the record straight and show how what was essentially a question of human rights was often pragmatically exploited to support less altruistic objectives, both in Britain and in Portugal. The study draws upon Government reports, statements and diplomatic correspondence referring to the question of contract labour in S. Tomé and Príncipe, relevant central and colonial legislation, contemporary articles, news items and illustrations from both Portuguese and Foreign periodicals, and doctrinal works, pamphlets and literature illustrating the prevailing attitudes of the time regarding contract labour and the treatment of the indigenous peoples of the Portuguese colonies. Amongst the hitherto unexploited resources which enrich the plethora of material on the controversy and are examined here in detail for the first time are contemporary photographs, picture postcards, advertisements, lantern slides and documentary films which played a significant role in reinforcing racist attitudes and influencing public opinion in the controversy.
A presente dissertação aborda o escândalo associado ao emprego de mão-de-obra coagida, sistema, esse, que estava generalizado nas colónias de África Ocidental Portuguesa no início do século vinte, nomeadamente nas roças de cacau de São Tomé e Príncipe. A controvérsia, que, durante muito tempo, teve referências quase semanais na imprensa portuguesa e britânica atingiu o seu auge em 1909, com o conhecido boicote à compra de cacau português imposto pelos chocolateiros britânicos Cadbury, Rowntree e Fry e os seus associados alemães, Stollwerck, que nunca viria a ser levantado. Apesar da suspensão, durante três anos, do recrutamento e importação de trabalhadores angolanos para as chamadas “ilhas do cacao”, e a sua repatriação sistemática depois da queda da Monarquia, a campanha humanitária britânica prosseguiu no Parlamento e a Imprensa, intensificando-se até 1912, perante o cenário de negociações anglo-alemães, supostamente secretas, que se destinavam a redistribuição das colónias portuguesas em África. Os anteriores estudos acerca do chamado “Cacau Escravo” deram ênfase à campanha humanitária britânica, ao mesmo tempo subvalorizando a oposição em Portugal contra o sistema de contratação de mão-de-obra e tratando de forma sumária os principais objectivos, muitas vezes escondidos, de quase todos os protagonistas da disputa. Este estudo representa uma tentativa de corrigir o que tem sido a narrativa predominante e de mostrar como uma questão, essencialmente do foro dos direitos humanos, foi explorada de forma pragmática para obter resultados menos altruístas, tanto na Grã-Bretanha como em Portugal. O estudo baseia-se em relatórios e declarações governativos, correspondência diplomática acerca do trabalho contratado em S.Tomé e Príncipe, legislação nacional e colonial acerca da mão-de-obra indígena, artigos, referências e ilustrações de periódicos portugueses e estrangeiros, e artigos de opinião, panfletos e obras de ficcão que exemplificam as atitudes contemporâneas acerca de mão-de-obra contratada e o tratamento das comunidades indígenas das colónias portuguesas de África. Entre as fontes que foram examinadas em pormenor pela primeira vez aqui, enriquecendo o já substancial corpo de matéria de investigação, contam-se fotografias, bilhetes-postais ilustrados, anúncios, “slides” de lanterna mágica e filmes documentários que influenciaram a opinião pública na controvérsia e desempenharam um papel significativo no reforço de atitudes racistas.
URI: http://hdl.handle.net/10362/147069
Designação: Doutoramento em Línguas, Literaturas e Culturas, especialidade em Estudos Culturais
Aparece nas colecções:FCSH: DLCLM - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
David Evans_Tese Doutoramento_FCSHNova.pdf37,05 MBAdobe PDFVer/Abrir


FacebookTwitterDeliciousLinkedInDiggGoogle BookmarksMySpace
Formato BibTex MendeleyEndnote 

Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.