“L’Immenso Seicento”. The 1922 Florence exhibition of Italian Seicento art and the politics of Caravaggio studies

Abstract

The Mostra della Pittura Italiana del Seicento e Settecento held in 1922 at the then Pitti Royal Palace (Florence) was the first in a series of exhibitions defining an art historical chronology, schools and the hierarchies of Baroque art, most of which are still valid to date. This exhibition was also the first to showcase a re-discovered Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610) then presented akin to a revelation. The exhibition undoubtedly dealt with new readings of art history at face value but was also motivated by explicitly political overtones informed by the politics and international ambitions of the Kingdom of Italy. This paper explores the duality of the exhibitions’ complex narrative bridging politics and art history. It also reviews the genesis of 20th century Caravaggio studies and the ways and means how this was acknowledged within the Anglo-Saxon world of academia over time.

A Mostra della Pittura Italiana del Seicento e Settecento, realizada em 1922 no Palácio Pitti (Florença), à época residência oficial real, foi a primeira de uma série de exposições que definiram a cronologia artística, as escolas e as hierarquias da arte barroca, e que, na sua maioria, permanecem válidas até hoje. Esta exposição também foi a primeira a redescobrir a obra de Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610), então apresentada como uma revelação. Se a exposição ofereceu, sem dúvida, novas leituras para a história da arte, ela foi também motivada por razões explicitamente relacionadas com a política e com as ambições internacionais do Reino da Itália. Este artigo explora assim a ambivalente e complexa narrativa das exposições dedicadas ao barroco italiano, e o modo como elas articulam política e história da arte. Analisa-se igualmente a génese dos estudos de Caravaggio no século XX e de que forma eles foram sendo reconhecidos pela academia anglo-saxónica ao longo do tempo.