Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10362/111915
Título: Protest Images, Collective Portraits
Autor: Miranda, Maria Madalena Túbal
Orientador: Grilo, João Mário
Palavras-chave: Images
Protest: collective Portraits
Artivismo digital
Documentário
Movimentos sociais
Digital artivism
Documentary
Social movements
Data de Defesa: 23-Nov-2020
Resumo: A aparência é uma instância política, uma vez que a representação coletiva é uma possibilidade de emancipação da comunidade, dos “povos” (Didi-Huberman, 2012) e um mecanismo de constituição de memória cultural. A possibilidade de aparência, que também participa da história coletiva é uma relação de poder em si mesma. Na cultura digital, a aparência global banalizou-se, mas também foi dissolvida sob um regime tecnológico digital de produção visual, de “imagem de massa” (Cubitt, 2016). A imaterialidade, a obsolescência programada, as versões de software disponibilizado e a dependência para produzir e criar visualidades sob a influência de regimes corporativos globais, que organizam sistemas e tecnologias, tornam esta afirmação paradoxal e problemática para uma constituição coletiva dessas representações, correndo o risco de mercantilizar a memória. Apesar disso, tem havido uma ligação entre técnicas culturais e memória, onde a “ideologia californiana” (Barbrook, 1999) organiza a cultura digital, num equilíbrio entre uma “cultura participativa” e um “empreendedorismo neoliberal”. No entanto, nunca uma quantidade tão grande de imagens foi produzida e partilhada. Hito Steyerl define estas imagens digitais como “imagens pobres” ou, como defendido neste trabalho, imagens precárias, ao criar uma correspondência entre o atual regime político de trabalho com uma produção visual digital, numa perspectiva não profissional. Mas em momentos de protesto, estas “imagens pobres”, reconhecidas como desvalorizadas, comunicam e criar memória e história, emancipando a noção de vídeo “vernacular” como parte da acção política (Snowdon, 2014). Foram momentos como os movimentos sociais de 2011, como as “Arab Springs”, “Movimento 12M”,“Madrid 15M” e “Occupy Wall Street”, em que as “redes de indignação e esperança”(Castells, 2012) se formaram e surgiram globalmente, num espaço público híbrido de contestação, que estas imagens podem ser novamente convocadas. Conforme analisado, na paisagem visual do Youtube.com, onde “a cultura participativa continua a ser o seu principal negócio” (Burgess e Green, 2009), estas imagens fazem parte do fluxo dos protestos e a sua recuperação constitui um ato de “reaparecimento”. Este reaparecimento é pensado aqui em diferentes gestos, respectivamente, como constituição de um corpus de vídeos de protesto, alinhados pela metáfora das imagens-pirilampos (Didi-Huber man, 2009), em tempos digitais, transportadas para o continente visual do Youtube.com. Também como parte de uma investigação prática, foi desenvolvido um protótipo de um documentário interativo, como um filme plataforma, organizado em torno da representação de uma “articulação do protesto” (Steyerl, 2002) onde as contribuições se organizam, entre linhas temporais individuais e coletivas. Como num editor de vídeo, é proposta uma mesa de montagem como experiência participativa, utilizando os materiais dos protestos. Este estudo propõe experimentar práticas artísticas como num “laboratório crítico” (Hirschhorn, 2013) com um efeito de “coletivos encontrados” presente no arquivo (Baron, 2013) que se constituem neste artefacto multimédia, interativo enquanto hipótese de persistência na memória coletiva, ou retrato coletivo de aparência política, a partir de momentos de protesto de movimentos sociais como os de 2011. Produzir uma intervenção activista e estética, uma intervenção artivista, como “forma de arte” política do século XXI (Weibel, 2014).
Appearance is a political instance, as collective representation is a possibility to an emancipation of communities, of the “peuples” (Didi-Huberman, 2012), and a mechanism of constitution of cultural memory. The possibility of appearance that also participates in the history of collectives is a power relation in itself. In digital culture, global appearance seems to have exploded, but it has also been dissolved under a digital technological regime of “mass image”(Cubitt, 2016) visual production. Immateriality, programmed obsolescence, pervasive software and a dependence to produce and visualize under global corporations regimes, that organize systems and technologies, make this affirmation paradoxical and problematic to a collective constitution of these representations with a risk of commodifying memory. Despite this, there has been a connection between cultural techniques and memory, that under the “Californian Ideology” (Barbrook, 1999) digital culture is organized as a balance between “participatory culture” and “neoliberal entrepreneurship”. However, never such a quantity of images have been produced and shared. Hito Steyerl defines these as “poor images” or as stated here, defined as precarious images, making a correspondence between present political regimes of labour with visual and cultural production digitally produced, as non professional video. But in moments of uprisings, these poor images, commonly recognized as devalued, served to communicate and create memory and History, emancipating “vernacular” videos as part of the political actors (Snowdon, 2014) Such were moments as 2011 social movements, like “Arab Springs”, “Moviment12M”, “Madrid15M” and “Occupy Wall Street”, when “networks of outrage and hope” (Manuel Castells, 2012) stepped out globally, in an hybrid public space of insurrection. As analyzed in visual landscapes of Youtube.com where “participatory culture is its core business” (Burgess and Green, 2009), these images were part of the uprisings flow, and their retrieval constitutes an act of “reappearance”. This reappearance is oriented here in different gestures, respectively as a constitution of a corpus of protest videos, aligned through the metaphor of fireflies-images (Didi-Huberman, 2009) in digital times, transported to Youtube.com visual continents. Also, as part of a practice based research, a prototype of an interactive documentary, as a platform film, has been developed, aligned with a representation of an “articulation of protest”(Hito Steyerl, 2002) where, as an editing table, between individual and collective timelines, a participatory interactive experience is proposed, using remnant materials of protests. This study essays how to relate artistic practices of “Critical Laboratory” (Hirschhorn, 2013) with “found collective” effect of archive documentary (Jaimie Baron, 2013) related in this digital, online, multimedia, interactive, audiovisual artifact, produced by individuals with digital images, in a way to persist in collective memory and become a collective portrait of political appearance from historical moments of social movements uprisings as those of 2011. At the same time, an activist and aesthetic intervention, an artivist intervention takes place, as a political “XXIst Century art form” (Weibel, 2014).
URI: http://hdl.handle.net/10362/111915
Designação: Doutoramento em Media Digitais, especialidade em Criação de Audiovisual e de Conteúdos Interactivos
Aparece nas colecções:FCSH: DCC - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
dezfinalMM2020rev.pdf28,48 MBAdobe PDFVer/Abrir


FacebookTwitterDeliciousLinkedInDiggGoogle BookmarksMySpace
Formato BibTex MendeleyEndnote 

Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.